Há agora uma casa nova. O festival situa-se na Praia da Duna do Caldeirão, em Âncora, concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo. Afinal, mudou-se apenas alguns quilómetros para sul, dentro do mesmo concelho. As acessibilidades mantêm-se, o mar continua perto, apenas a piscina que vinha a ficar sobrelotada desapareceu. Os dois palcos passaram a três. Um de acesso para qualquer portador de bilhete e a rolar em horas fora do horário dos outros palcos, destinado a quem acorda cedo, ou se deita tarde. No recinto, dois palcos em pleno, agilizando a sequência de grupos, que actuam em alternância. Acabaram as esperas. Tal como no passado, tudo começa na noite anterior ao primeiro dia, no que é designado por Warm Up Party. Para ela, todo o palco 3, terminando assim a itinerância por bares e Paredão do passado. PUTO VC, TEMPLE FANG, EL PERRO, TOXIC SHOCK e MISLEADING foram os nomes a desfilar.
Depois do cancelamento dos lisboetas ShiMa, restou à organização encontrar substituto, e bastou andar uns quilómetros até Viana do Castelo e trazer os PUTO VC, dupla de guitarra e bateria que apresentou um rock bastante sólido. Na guitarra, Ricardo, baterista dos Mr. Miyagi. Sentiu-se a emoção, quase no final, quando «Chegar Ao Fim», o penúltimo de sete temas, foi dedicado a Jaime, cuja homenagem póstuma vai ter lugar na última noite do festival. Os TEMPLE FANG, quarteto holandês psicadélico, foi, sem dúvida, a surpresa da noite. Iniciando a actuação com os dois guitarristas a erguerem um crescendo, em particular com um Jevin De Groot que parecia encantar as cordas em vez de as tocar. A partir daí foi um set místico de psych rock, se calhar mais leve que o esperado, mas em que a banda flutuou entre temas do álbum de estreia, «Fang Temple». Venceram facilmente a noite, numa tenda totalmente esgotada, em que a multidão se prolongava pela zona da alimentação. Era o regresso do grupo aos palcos e disseram estar contentes por estarem a fazê-lo num evento como o SonicBlast.
Os EL PERRO são a banda de Parker Griggs,dos Radio Moscow. Para lá desta actuação, está programada outra para o recinto principal, no dia 12. Presume-se que, pela paisagem e ambiente, o compasso de espera do grupo, aguardando a segunda actuação, não seja sinal de muito sofrimento. «Hair Of El Perro» é primeiro trabalho dos norte-americanos, acabado de editar, e serviu de mote à actuação. Entraram com expectativas altas, mas os temas acabaram a não soar tão escorreitos quanto desejável, por isso deseja-se que o próximo concerto do quinteto, na sexta-feira, esteja um pouco mais à altura das expectativas iniciais. O êxodo de público foi notório após os norte-americanos sairem de palco, não esperando por uns TOXIC SHOCK que vieram da Bélgica. O quinteto pratica uma mistura de thrash, hardcore e punk, com incidência no hardcore. Foram a banda disruptiva do cartaz, geraram caos, provocaram um mosh incrível e motivaram o stage diving. Verdade seja dita que o público, em particular o estrangeiro, já o esperava, era assistir à preparação antes da actuação ou reparar no mosh pit que surgiu ainda durante o teste de som. Mais interessantes que o prometido, os MISLEADING acabaram a ser os únicos portugueses na primeira noite. O trio, que viu um tema seu ser recentemente incluído na compilação da Weedian, voltou por fim aos palcos, pena que tenha sido a uma hora tardia e, ainda por cima, depois da devastação provocada pelos TOXIC SHOCK. Hoje, quinta-feira, 11 de Agosto, o festival arranca cedo, com Pledge no Palco 3.