O segundo dia do SONIC BLAST MOLEDO começou fortíssimo com uns THE WIZARDS, vindos de Bilbao, País Basco, a destilarem um heavy metal com veia stoner para o já muito público que esperava por eles na piscina. Mais calmos, os TALEA JACTA apostaram no seu psych rock em formato jam, sem deixarem de manter a qualidade do cartaz em alta. Tal como estes, os GREENGO são um duo, sendo uma das maiores promessas que circulam a norte do país, e a prova foi não terem deixado o público indiferente, com os assistentes na piscina a baterem na água ao ritmo da bateria dos portuenses. De seguida, os RUFF MAJIK trouxeram um psych rock que levou o seu baixista a mergulhar na piscina, dando colorido a um palco que encerrava com uns tão excelentes quanto convencionais PURPLE HILL WITCH, a debitarem riffs Sabbathianos.
A abertura do palco principal fez-se com uns NAXATRAS quase instrumentais, com muito público presente para os ver. Naquilo que é um elogio à qualidade do festival, pode afirmar-se que foram o nome menos interessante que passou neste palco nos dois dias, não porque tenham sido maus, mas porque a qualidade esteve sempre alta. Os THE ATOMIC BITCHWAX começaram a actuação com um andamento do «The Wall» dos Pink Floyd, mas o seu ritmo foi de hard rock, sempre puxando por uma audiência que não se fez rogada aos seus decibéis, naquilo que era o final de uma digressão. Ainda trouxeram uma versão de «Maybe I’m A Leo», dos Deep Purple, e ficou a vontade de se ver mais, mas quando demos por nós já os gregos 1000MODS estavam em palco, numa actuação que acompanhou o pôr-do-Sol e entrou pela noite dentro. Seguiram-se uns KADAVAR muito esperados e que entraram tarde no recinto, demorando ainda um pouco a preparar o palco. O trio germânico esteve exemplar, apoiado em temas fortes e mostrando porque são hoje uma referência no género. «Forgotten Past» mostrou toda a musicalidade o trio assim como o seu lado mais psicadélico, afastado de temas mais imediatos como «Die Baby Die».
No fim da actuação dos alemães já todo o público estava sem energia e saciado de boa música, mas os EARTHLESS apareceram em cena e simplesmente limparam o excelente espectáculo dos Kadavar da memória. Se uns foram fabulosos, os outros foram soberbos e, se dúvidas houvesse, os norte-americanos mostraram porque foram cabeças-de-cartaz deste SONIC BLAST MOLEDO, mesmo que ainda sejam desconhecidos para muitos. Já em fecho, os “nossos” THE BLACK WIZARDS mostraram porque são tão queridos lá fora e porque cá dentro são um dos grandes novos valores do stoner e psych nacional. Foi mais uma presença naquele que descreveram como “melhor festival do mundo“, certamente uma segunda casa para eles e outros stoners; um evento que não tem rock no nome, mas sabe-o ter no palco e com muita qualidade.