Apoiados num alinhamento que passou “a pente fino” mais de quatro décadas de clássicos, os SODOM deram uma proverbial lição de como fazer thrash de excelência no MILAGRE METALEIRO OPEN AIR.
Flashback até à Primavera de 1982: Essen, Stauderstraße no distrito de Altenessen, uma pequena sala de ensaios bolorenta numa zona industrial devastada. Três aspirantes a músicos afinam os seus instrumentos e estão a trabalhar no duro e a gravar a sua primeira demo no volume máximo. A faixa que estão a gravar chama-se «Witching Metal» e afirma-se como uma proverbial descarga de thrash metal contundente — naquela altura, sem grandes precedentes, cortesia dos SODOM.
“Basicamente, escolhemos o tom errado, mas não estávamos preocupados com a correcção musical, numa altura daquelas — só estávamos mesmo preocupados com a atitude“, recordou Thomas “Angelripper” Such, o intrépido líder dos SODOM, à LOUD!. “Éramos todos contra o sistema, tínhamos problemas com os nossos professores e supervisores porque , na opinião deles, usávamos as roupas erradas e ouvíamos o tipo errado de música. No instituto em que andava a estudar, era o único que gostava de metal. Todos os outros ouviam New Wave ou Neue Deutsche Welle.“
Pois bem, isso aconteceu há mais de quatro décadas, mas a influência daquela época de formação de um estilo musical que, no Séc. XXI continua a prosperar, ainda afecta o presente. Isso tornou-se bem notório ontem à noite, quando o Sr. “Angelripper” e os SODOM, cuja formação fica actualmente completa com a dupla de guitarristas Frank “Blackfire” / Yorck Segatz e Toni Merkel na bateria, subiram por fim ao palco para encabeçar a primeira noite da edição de 2024 do MILAGRE METALEIRO OPEN AIR.
Sendo que o regresso dos lendários SODOM a Portugal era a grande atracção do primeiro dia, a banda liderada por Tom “Angelripper” foi obviamente recebida por um recinto cheio e ansioso para presenciar, ao vivo e a cores, muitos dos clássicos de uma das referências do thrash metal germânico. «Procession To Golgatha» e «Christ Passion» deram início à actuação, com o baixista/vocalista acompanhado por um trio de músicos muito sólidos.
«Jabba The Hut» e «The Crippler» foram os temas que se seguiram, provando que o som que saía das colunas estava bom e definido. Com guitarrista Frank “Blackfire” a dirigir-se ao público num português do Brasil, algo que o público apreciou sobremaneira, a clássica «The Saw Is The Law» levou a plateia a um frenesim de headbanging constante e, como seria de esperar, outras pérolas dos 80s, como foram os casos de «Blasphemer», «Outbreak Of Evil» e «Sodomy And Lust» foram também muito bem recebidas pelo público. A terminar uma actuação quase irrepreensível, por parte de uma banda que, ficou mais uma vez provado, continua a debitar thrash como ninguém, houve ainda tempo para ouvir «Ausgebombt» e «Bombenhagel».
ALINHAMENTO:
01. Procession To Golgatha | 02. Christ Passion | 03. Jabba The Hut | 04. The Crippler | 05. City Of God | 06. The Saw Is The Law | 07. Blasphemer | 08. Outbreak Of Evil | 09. Sodomy And Lust | 10. Let’s Fight In The Darkness Of Hell | 11. Agent Orange | 12. Wachturm | 13. Get What You Deserve | 14. Remember The Fallen | 15. Ausgebombt | 16. Bombenhagel