SLAYER FILTH

O tema dos SLAYER que merece mais atenção, segundo Dani Filth, dos CRADLE OF FILTH

Os SLAYER e um clássico injustamente ignorado, segundo o famoso “berrador” britânico.

Numa entrevista à revista britânica Metal Hammer, Dani Filth, o vocalista dos britânicos CRADLE OF FILTH, falou sobre qual a sua canção favorita dos SLAYER e, de forma algo surpreendente, a sua escolha está longe de figurar entre os maiores clássicos do quarteto fundado por Jeff Hanneman e Kerry King. “Por alguma razão estranha, a «Reborn», que está espremida algures entre o megalítico tema de abertura e o que encerra o álbum, sempre foi a minha faixa favorita do «Reign In Blood»“, começou por diz o cantor.

Adoro o groove hiper activo desse tema, as mudanças de andamento tempestuosas e, principalmente, a letra sobre um pacto feito com o Diabo e a retribuição de uma bruxa contra a igreja por ter sido torturada e queimada numa fogueira. É um tema mesmo muito rápido e o Tom Araya é extremamente venenoso na sua entrega… Para mim, o tema «Reborn» é um clássico dos Slayer, e um dos que realmente merece muito mais atenção do que recebe habitualmente, daí o meu elogio“.

Como referido pelo músico,«Reborn» é um dos temas contidos no alinhamento do incontornável terceiro álbum dos SLAYER, «Reign In Blood», que foi lançado em Outubro de 1986.

Num regresso há muito esperado e não menos controverso, os SLAYER deram início à sua tour europeia de 2025 com um concerto esmagador em Cardiff, no Reino Unido. A histórica actuação decorreu na noite do dia 3 de Julho, nos Blackweir Fields, perante cerca de 35 mil pessoas — assinalando não só o primeiro concerto da banda em solo britânico desde 2019, como também um dos maiores espectáculos da sua já longa carreira em território europeu.

O evento contou com um cartaz de luxo que reuniu nomes de peso como AMON AMARTH, ANTHRAX, MASTODONHATEBREED e NECKBREAKKER, garantindo uma noite de celebração feroz para os amantes do metal extremo. Ainda assim, nem tudo correu sem sobressaltos: a disparidade dos preços nos bilhetes gerou forte indignação entre os fãs, que rapidamente levaram a questão à imprensa local.

Segundo reportou o WalesOnline, muitos fãs dos SLAYER ficaram desiludidos após verem os bilhetes a serem disponibilizados a preços promocionais de apenas 20 libras, quando originalmente tinham sido vendidos por valores superiores a 100. “Muitos de nós pagaram 103 libras ou mais. Verdadeiros fãs, que fazem sacrifícios todos os meses para conseguirem ir a estes eventos”, desabafou um dos fãs entrevistados, acrescentando que “uma redução de 80% nas últimas semanas, por e-mail da Ticketmaster, é um murro no estômago. Pedimos ao menos um reembolso parcial ou uma t-shirt como compensação — e não vales de bebidas, porque nem todos bebemos ou vamos de transportes públicos.”

A polémica levantou também questões sobre a capacidade dos Blackweir Fields, que alguns consideram ter sido uma escolha demasiado ambiciosa para uma banda cuja última tour de despedida já datava de 2019. A isso somam-se críticas à falta de transparência na gestão dos preços e promoções, que acabaram por criar divisões numa base de fãs tradicionalmente unida.

Ainda assim, e apesar da controvérsia, os SLAYER provaram que continuam a ser uma força bruta nos palcos. A actuação de 20 temas mergulhou de cabeça no repertório mais icónico da banda, arrancando com a clássica «South Of Heaven» e navegando por hinos como «Disciple», «War Ensemble», «Dead Skin Mask» e «Hell Awaits». Um dos momentos mais marcantes da noite foi a inclusão de «Spirit In Black», tema do álbum «Seasons In The Abyss», que não era tocado ao vivo desde 2017. O encerramento apoteótico coube aos clássicos «Raining Blood», «Black Magic» e «Angel Of Death», em linha com a tradição dos SLAYER em deixar os palcos sob uma chuva de caos e distorção.