A expectativa que rodeia a integração de SIMON DAWSON é elevada, mas a história dos IRON MAIDEN demonstra que mudanças na formação podem resultar em novas fases de criatividade e reinvenção.
No final daquela que, sabemos agora, foi uma digressão tão histórica quanto emotiva, os IRON MAIDEN surpreenderam a sua base de fãs com uma notícia que deixou muita gente surpresa: Simon Dawson foi anunciado como sendo o novo baterista da banda nos próximos concertos, sucedendo a Nicko McBrain. O anúncio foi feito logo após o último concerto da digressão The Future Past Tour, que decorreu na noite do dia 7 de Dezembro, em São Paulo, no Brasil.
Simon Dawson, natural de Suffolk, Inglaterra, não é um desconhecido para os seguidores mais atentos da cena musical associada ao baixista e líder da banda, Steve Harris. Desde 2012, o músico tem sido a força rítmica por trás dos BRITISH LION, o projecto paralelo de Harris, participando activamente em todas as gravações e digressões da banda. Dawson contribuiu de forma significativa para os dois álbuns que os músicos lançaram até ao momento, «British Lion» e «The Burning», de 2012 e 2020, ambos aplaudidos pela abordagem mais melódica e voltada para o hard rock, mantendo uma energia que também ressoa com os fãs do heavy metal tradicional.
No entanto, embora a sua integração nos IRON MAIDEN tenha sido, até ao momento, o ponto mais alto da carreira de Simon Dawson, este acumula já uma experiência vasta e variada que se estende por mais de três décadas. O baterista começou a tocar em bandas nos anos 80, adoptando o pseudónimo Simon De Montford quando integrou os DEEP SWITCH. Com eles, gravou o álbum «Nine Inches Of God», em 1986, um disco que, embora underground, é considerado uma raridade de culto entre coleccionadores mais entusiastas da cena metal britânica.
Nos anos 90, Dawson fez parte dos DEARLY BEHEADED, com os quais gravou dois álbuns de estúdio, «Temptation» e «Chamber of One», de 1996 e 1997, explorando sonoridades mais próximas do groove metal. Durante esse período, também integrou os DEEDS, colaborando em maquetas e participando em várias digressões até 2000. Mais recentemente, o baterista juntou-se aos DEVILMENT, projecto fundado por Daniel Finch (ex-CRADLE OF FILTH), e ajudou a estabelecer também os DEAD SOUL COMMUNION, onde ainda desempenha um papel ativo. Estas experiências consolidaram a sua versatilidade, algo que será certamente um trunfo nos IRON MAIDEN.
Nicko McBrain, que fez parte da lendária banda britânica durante mais de 40 anos, tornou-se um ícone e uma figura amplamente respeitada no universo do heavy metal e a sua saída, precipitada pelos desafios de saúde que enfrentou nos últimos anos, é uma perda significativa, mas a escolha de Dawson reflecte a intenção da banda de manter o elevado padrão técnico e criativo que sempre a definiu. O novo baterista traz consigo não apenas a experiência acumulada, mas também uma ligação muito profunda ao espírito dos IRON MAIDEN, dada a sua colaboração de longa data com Steve Harris.
A sua capacidade técnica e a sua abordagem enérgica, evidenciada em álbuns como The Burning, sugerem que estará à altura das exigências de um repertório que atravessa mais de quatro décadas de história e inovação. A decisão também destaca a habilidade dos IRON MAIDEN em reconhecer talentos vindos de círculos mais discretos. Dawson é um músico de perfil relativamente baixo, com menos de 800 seguidores no Instagram, mas cuja dedicação à arte o levou a este momento de consagração.