O hardcore mantém-se bem vivo! Os SICK OF IT ALL destacam-se por si mesmos, sendo uma das maiores referências do género provenientes de Nova Iorque e a nível mundial. A banda — que foi formada em 1986 pelos irmãos Lou e Pete Koller — ajudou a consolidar este estilo musical e a comunidade existente até aos dias de hoje. Deste modo, mais uma vez pela mão da Hell Xis, esperava-se uma noite mítica e de celebração no RCA Club — e de casa cheia, como acabou por verificar-se. As bandas de suporte foram ambas nacionais. A abrir as hostilidades desta noite – de celebração ao hardcore da velha-guarda — contámos com os CRAB MONSTERS. Como habitualmente, o vocalista Tiago “Granada”, continua imponderável e imparável, misturando-se no público e fazendo parte do circle pit diversas vezes. Levaram-nos aos subúrbios do “raw” punk de finais de 70/inícios de 80. Resultado, quem não os conhecia provavelmente não vai esquecer tão cedo a pegada musical desta banda. De seguida, subiram ao palco os TRINTA & UM, que conseguem manter-se actualmente como uma das grandes instituições nacionais do hardcore, se não mesmo a maior para muitos — sendo que são os mais antigos em actividade também. Em 2018, anunciaram um concerto com a formação clássica e, desde aí, que não pararam. A banda mítica de Linda-A-Velha conseguiu ter o público de diferentes gerações na palma da mão, revistando os clássicos com um Zé Goblin sempre comunicativo e bem humorado (como usual) entre músicas onde contámos ainda como uma subida rápida a palco do Tiago “Rato” — ex-TRINTA & UM, atualmente nos CENTOPEIA.
Os SICK OF IT ALL, por seu lado, estão já na sua terceira década de carreira, sempre entre tours e gravações, tendo lançado até à data mais de duas mãos cheias de discos bastante sólidos mais outros tantos EPs, isto com quase nenhuma mudança na sua formação entretanto. Tocaram um setlist que passou a barreira das vinte músicas, e revistaram temas clássicos como «My Life», entre muitos outros Lou Koller e os restantes membros da banda não pararam nem desaceleraram até o concerto terminar. Entre sing-alongs, stagedives e um wall of death,os músicos mostraram-se rejuvenescidos, lembrando tempos antigos, e consolidando mais uma vez o facto de serem umas verdadeiras lendas vivas, que futuras gerações certamente vão ter como base e referência.
FOTOS: Solange Bonifácio