Em dia de muitos eventos a decorrer na capital, a Darkest Storm Over Lisbon chegou ao LAV – Lisboa Ao Vivo e a fila extensa que estava no local antes das portas abrirem antevia casa cheia na Sala 2. Pois bem, foi precisamente já com a sala cheia que os TOXIKULL subiram ao palco para mostrar o que fazem bem — heavy metal, puro e duro! O som dos músicos de Cascais encaixaria muito bem em qualquer discografia dos anos de 80 e, desde os primeiros acordes da banda liderada por Lex Thunder, o público mostrou-se conhecedor e muito participativo. Temas como «Nascida No Cemitério», «I Will Rock Again» ou «The Revival» provam que os TOXIKULL são do melhor que faz a nível do heavy metal tradicional em Portugal. Como cereja no topo do bolo tivemos também direito a uma a versão de «Killed By Death», original dos Motörhead, que levou o público ao rubro e a actuação terminou com dois excelentes originais, «Metal Defender» e «Cursed & Punished».
Os SEVENTH STORM, por seu lado, tinham prometido o seu maior concerto até à data — e cumpriram! A presença do violoncelista Valter Freitas foi uma adição muito bem-vinda e acrescentou muito à performance da banda. Também as bailarinas, Soraya e Mary, deram um toque exótico ao espectáculo e, mais uma vez foram um acréscimo bem-vindo ao que a banda liderada por Mike Gaspar já apresenta normalmente em palco — isso ficou provado com a sua dança em «Sarpanit», «Gods Of Babylon» e na interpretação acústica de «Saudade». Relativamente ao resto da actuação não há muito mais a acrescentar; apesar de serem uma banda nova, quem conhece os SEVENTH STORM sabe que a sua coesão ao vivo é impressionante e isso explica-se, pelo menos em parte, com a experiência acumulada por Mike Gaspar ao longo dos últimos trinta anos. Esta actuação quase imaculada foi mais uma prova disso mesmo. Importa ainda referir um dos grandes momentos do espectáculo: o delicioso solo de baixo e violoncelo seguido de «Inferno Rising» com a participação de Lex Thunder. Depois ainda houve direito à versão eléctrica de «Saudade» e, para o encore, ficaram reservadas a já mencionada versão acústica do mesmo tema e a cover do clássico «Heaven And Hell», dos BLACK SABBATH. Naquela que foi, sem dúvida, uma das grandes noites de 2023 para o metal nacional, tivemos em palco duas das mais promissoras bandas portuguesas de metal da actualidade e o mais inspirador disto tudo é perceber que o melhor ainda está por vir para ambas.
Fotos: JORGE BOTAS