Os SETYØURSAILS são um novo grupo germânico, mas com marca portuguesa, através da presença de André Alves como guitarrista no grupo. Os mais atentos reconhecerão este nome de grupos nacionais como os M.O.R.G. e FINAL MERCY, onde o André foi baixista antes de emigrar para a Alemanha, onde hoje vive. Foi com ele que a LOUD! falou sobre o seu novo projecto.
Esta banda começou com uma troca de e-mails entre o músico nacional e a vocalista do grupo, Jules, que perguntou se “estava interessado” em juntar-se “como baixista a um novo projecto que estava a formar“. André diz que acabou por ouvir umas demos e achou interessante, “em Novembro já estávamos a ensaiar.” Curiosamente a banda não vingou tão facilmente como seria de esperar pois “havia diferenças de opiniões e direcções, sendo que a visão que a Jules tinha era basicamente a minha também, e separamos-nos dos restantes elementos”.
Este final súbito levou a um novo projecto em que “tudo se desenvolveu muito rápido; nome, imagem da banda e as cinco primeiras maquetas, tudo aconteceu em Fevereiro de 2017. Temas como «Alive» e «What You Want» foram escritos nessa fase, em que já me sentia confortável a tocar guitarra e escrever músicas na mesma, da mesma forma que a Jules se ia afirmando como vocalista e compositora.” Em menos de um mês entra Pascal, a quem entregam as cinco maquetas e “após uma semana já estava a tocar as músicas na perfeição”. Entretanto, a procura por um guitarrista converte-se na busca de baixista no momento em que André decide assumir a guitarra definitivamente. “O Dominic encaixou que nem uma luva,” diz o músico. “Isto já para não falar do carácter que trouxe, que envolve muita boa energia e boa disposição”.
O primeiro concerto dos SETYØURSAILS aconteceu a 31 de Outubro e, em 2018, decidem dar início à gravação de um EP que acabou por se tornar um álbum. «Enough» acabaria por ser editado exactamente um ano depois do primeiro concerto do grupo. André não se recorda da origem do nome, apenas que “estava numa lista feita com possíveis nomes para a banda e, no fim de muita discussão, lá ficou”. No entanto, diz que “significa basicamente o carácter desta banda «faz o teu próprio caminho» ou «ajusta as tuas velas»”. A promoção do disco começou pouco tempo depois e a recepção tem sido boa. “Temos visto o nosso álbum em tops de 2018 na Alemanha e Austrália, o que nos cria ainda alguma confusão e surpresa, mas que nos deixa motivados, pois o disco foi muito DIY.”
Quem entra no site do grupo, percebe a forte mensagem política, embora as letras se centrem no indivíduo, André esclarece que “sejam os sentimentos pessoais, e dificuldades que mais dia, menos dia, tu ou eu iremos defrontar, como problemas emocionais, depressão, ou problemas bem actuais como saúde mental”, tudo isso tem lugar nas canções. A vertente mais política passa por composições como «Conspiracy» ou «Sink Or Swim», onde se centra o activismo do grupo numa vertente “mais crítica e política, pois ainda temos muita desigualdade de direitos entre homem e mulher, demasiada homofobia que deriva de causas culturais e religiosas, e, por fim, racismo.”
«You Make Me Sick», que pode ser visto no player no topo desta página, foi o primeiro vídeo-clip assinado pelo grupo, com “filmagens de um concerto em Colónia”, estando já anunciado para 2019 novo material.