No dia em que o «Roots» faz 28 anos, o baterista brasileiro recorda os propósitos dos SEPULTURA para o clássico de 1996.
O icónico «Roots», dos SEPULTURA, celebra hoje o seu 28.º aniversário e, embora seja o disco de maior sucesso da banda, não é propriamente consensual entre os fãs. Numa entrevista ao canal de YouTube The New York Hardcore Chronicles, que podes ver na íntegra em baixo, IGGOR CAVALERA diz entender porquê, mas explica que o disco que contém clássicos como «Roots Bloody Roots» ou «Ratamahatta» foi extremamente necessário para sua antiga banda.
O baterista explicou ainda que, naquela fase da carreira, os SEPULTURA estavam a precisar de fazer coisas diferentes e à procura de romper barreiras, sendo que recordou com carinho a colaboração com os indígenas da tribo Xavante, que veio trazer uma sonoridade única para a música dos brasileiros.
“Estávamos a experimentar com um monte de coisas e lembro-me que tive uma conversa com o Max em que ambos chegámos à conclusão que não havia como ir mais fundo nas nossas raízes senão fazer alguma coisa com as tribos brasileiras“, começou por dizer o músico.
“Isso inspirou-nos ao longo de todo o processo de concepção do disco. Só o sabermos que os indígenas estavam lá antes de qualquer outra pessoa — e que já estavam a fazer música — deu-nos mesmo muita inspiração. A ligação mais profunda que podíamos ter encontrado, em minha opinião, era com os nativos do Brasil. E ter hipótese de gravar com eles foi incrível, uma loucura“.
Durante a conversa, IGGOR CAVALERA não se coibiu também de apontar que o «Roots» é admirado por músicos de várias vertentes, dentro e fora do rock. “Estamos a falar de pessoas como o Dave Grohl, o Moby, toda essa gente que, na época, estava a prestar atenção ao que nós estávamos a fazer. E isso é muito especial“, disse o ex-baterista dos SEPULTURA, actualmente parte dos CAVALERA CONSPIRACY.
Como mencionado acima, o músico brasileiro reconheceu que “nem todos amam” o «Roots», mas afirma que o álbum foi “necessário” para os SEPULTURA naquela altura.
“Há pessoas que acham que não é o nosso melhor disco — acham que é o «Arise» ou que é o «Beneath The Remains» –, mas o «Roots» foi um disco muito necessário, onde forçámos os limites da nossa música. A partir dali, influenciámos muitas bandas a irem à procura das suas próprias raízes. Até bandas de black metal norueguês, que começaram a fazer coisas com as raízes deles. Foi um grande passo na direcção certa de quebrar barreiras e ter as pessoas com a mente mais aberta“.