Se a Oprah tem um, o gato do Amorim também.
Para estrear esta coluna, nada melhor que a biografia dos Led Zeppelin. Creio que existem mais algumas, mas esta é mais completa e bem escrita. É, aliás, a biografia rock essencial e a minha primeira escolha para sacar da estante, até porque está num lugar acessível e não tenho de me esforçar muito para lá chegar.
Não tem nada de absolutamente extraordinário ou anormal em relação a outras biografias do género excepto, claro está, a banda que biografa, mas é de leitura quase compulsiva e sempre interessante. É difícil dormir 16 horas por dia quando se está de volta de um livro destes pois estamos sempre a querer saber mais, tanto da evolução da banda, de como se conheceram e se tornaram na maior banda do planeta, como do funcionamento de toda a máquina, com um Peter Grant fundamental na engrenagem, às histórias de excessos que, apesar de serem características dos anos 70, tomaram proporções épicas com a banda de Plant, Page, Jones e, fundamentalmente, Bonham. A parte que envolve uma groupie e uma barbatana de tubarão já faz parte da mitologia rock, não podendo deixar aqui de figurar a descrição desse episódio.
Mantendo o sentido narrativo da odisseia Zeppelin, Stephen Davis consegue fazer um retracto preciso da época, do contexto inglês no final dos anos 60 em que se formam, passando pela década que os tornou maiores que a própria vida, mas também dos próprios elementos, das suas personalidades e eventos que marcaram, por vezes tragicamente, as suas vidas.
Por ser de leitura essencial, esta é o primeiro membro do clube. Não sei quando haverá outro, recordo-vos que os felinos são pouco dados à regularidade de tarefas além do sono, refeições e algo que envolva um tabuleiro de areão, mas fica a promessa de cá voltar. Até lá, leiam ou releiam «Hammer Of The Gods».