É já esta semana que vai estrear, no famoso museu Munch em Oslo, a exposição Satyricon & Munch, uma selecção de várias pinturas e gravuras do pintor norueguês Edvard Munch (o autor do célebre O Grito, por exemplo) para a qual a banda liderada por Sigurd “Satyr” Wongraven criou uma composição musical em formato de álbum, especificamente para ser experenciada durante a visita à exposição. É uma maneira de dar uma nova perspectiva à obra fenomenal de Munch, e um tipo de colaboração que promete ser pioneira e fazer história. “‘Não pinto o que vejo, mas o que via,’ era como Munch descrevia a sua aproximação artística,” diz Satyr em jeito de explicação da forma como abordou a composição da peça. “Ao trabalhar nesta música, olhei para esta série de trabalhos dele da mesma forma. ‘O sentimento que deixaram para trás em mim,’ como ele dizia, é o que tentei evocar, e é para mim a questão central desta exposição.” As obras escolhidas para esta exposição lidam com temas existenciais, e foram cuidadosamente curadas para criar ritmos e ondas que trabalham de forma sincronizada com a música. O director do museu, Stein Olav Henrichsen, diz que “neste espectáctulo, o público pode esperar um encontro incrível entre música e arte. Munch vai continuar a oferecer-nos surpresas e desafios com estes tipos de choque de culturas excitantes e nada tradicionais.“
Para quem precisava de mais uma boa desculpa para visitar a capital norueguesa, aqui está ela. Recorde-se que o museu reabriu em Outubro de 2021 num edifício diferente do anterior, no coração da cidade de Oslo, que tem atraído atenções redobradas, até pelas iniciativas ousadas que tem promovido, como este casamento entre pintura e black metal. O museu disponibilizou no seu canal de YouTube uma conversa entre Satyr e a curadora Trine Otte Bak Nielsen, que também podem assistir nesta página. Em relação aos Satyricon, as últimas notícias são de que a banda está “a meio caminho” da escrita do sucessor de «Deep Calleth Upon Deep», de 2017. A última actividade discográfica dos nórdicos foi no ano passado, com a reedição remasterizada dos clássicos «Dark Medieval Times» e «The Shadowthrone».