Como previsto no plano de desconfinamento apresentado pelo Primo Ministro no passado dia 11 de Março, as actividades culturais começaram a ser retomadas, faseadamente, na passada segunda-feira, dia em que puderam reabrir livrarias, lojas de discos, bibliotecas e arquivos. Ainda no que ao sector da Cultura diz respeito, a 5 de Abril podem reabrir museus, monumentos, palácios, galerias de arte e similares, seguindo, a 19 do mesmo mês, o regresso à actividade dos teatros, auditórios, salas de espectáculos e cinema. Nessa mesma data podem também ser retomados os “eventos no exterior, sujeitos a aprovação da Direção-Geral da Saúde” e, a 3 de Maio, poderão voltar a realizar-se “grandes eventos exteriores e interiores, sujeitos a lotação definida pela DGS”, o que pode vir a incluir os muito esperados festivais de Verão.
Aquando desse anúncio, várias entidades do sector já tinham alertado para o facto de as condições em que os espaços poderiam reabrir não serem claras, nomeadamente no que diz respeito à lotação ou horários aplicáveis. Ontem, quinta-feira, 18 de Março, a Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC) esclareceu que as salas de cinema e de espectáculos, que deverão mesmo poder reabrir a partir de 19 de Abril, mas terão de encerrar às 22:00 durante a semana e às 13:00 aos fins de semana. “A este propósito cumpre informar que o horário de encerramento das salas de espetáculos/cinemas/auditórios/teatros é às 22:00 durante a semana e às 13h00 ao fim de semana e feriados”, lê-se num esclarecimento publicado no site oficial da IGAC.
Recorde-se que a retoma dos espectáculos ao vivo tem vindo a ser discutida por um grupo de trabalho que começou a reunir-se por teleconferência nocobid dia 13 de Janeiro e, segundo informações recolhidas pelo Observador, o plano passa por encontrar o melhor modelo para a realização do que agora começa a ser conhecido como “festivais-bolha” livres da Covid-19. O modelo defendido há várias semanas pelos empresários do sector provavelmente será ensaiado já em Abril, sob a forma de vários “eventos-piloto” a realizar em Lisboa e no Porto, sendo que, se tudo correr bem, e se o Governo e as autoridades de saúde derem luz verde, os festivais de verão podem mesmo acontecer. Os “eventos-piloto” baseiam-se no que já aconteceu durante o ano passado em Barcelona, com espectáculos realizados em ambiente controlado, onde todos os participantes foram testados à entrada. O comportamento do publico vai depois permitir às autoridades de saúde avaliarem se os recintos são seguros e se, no seu interior, podem ser levantadas as regras de distanciamento físico.