Passam hoje doze anos sobre a morte de Ronald James Padavona, também conhecido como RONNIE JAMES DIO ou… Pura e simplesmente DIO, como ficou conhecido na sua carreira a solo. Nascido a 10 de Julho de 1942, o cantor é dos poucos a causar impacto na história da música, não através de um grupo, mas de três: RAINBOW, BLACK SABBATH e DIO. Além destes, é sempre de recordar o seu primeiro grupo, ELF, formado em 1967 e o último, HEAVEN & HELL, em que tentava recuperar de um mau regresso aos BLACK SABBATH. A isto, junta-se ainda o projecto HEAR’N’AID, a resposta do heavy metal ao projecto We Are The World a que músicos de metal tinham sido barrados.
Com os ELF, Dio aprendeu a ser um cantor de rock, apesar de também possuir formação clássica. Gravou três álbuns e foi com este grupo, ainda denominado THE ELECTRIC ELVES, que assumiu de vez o nome Dio, para alguns uma referência a um conhecido mafioso da época, para outras uma alusão às raízes italianas, pois Dio é Deus em italiano. Diversas primeiras partes com os DEEP PURPLE, permitiram que entrasse no radar de Ritchie Blackmore e com ele integrasse a formação original dos RAINBOW em 1975. Os dois definiram muitas das linhas que, a uma dada altura, marcaram algum power metal. «On Stage», de 1977, facilmente entra em qualquer lista dos vinte melhores discos ao vivo de sempre e é, sem dúvida, o trabalho que melhor captura a sua capacidade vocal em palco.
Em 1979, o cantor separa-se do grupo que o colocou no pelotão da frente e pensa em iniciar carreira a solo. A saída de Ozzy Osbourne, leva Tony Iommi a procurar um novo vocalista que encontra em Ronnie. Com ele, os BLACK SABBATH têm pela primeira na formação alguém com conhecimento formal de música. A banda ganha um novo compositor e, para marcar posição, Dio ensaia um gesto que se tornaria símbolo do metal, os devil horns. Como ele não se cansaria de afirmar em palco, o gesto significava, “longa vida ao rock’n’roll”, curiosamente o título do último dos três discos que gravaria com os RAINBOW. Com os BLACK SABBATH, asseguraria em «Heaven & Hell», de 1980, um dos melhores álbuns da banda, renovando-lhes o som, modernizando-o mesmo. Seguir-se-ia «Mob Rules», em 1981 e o primeiro álbum oficial ao vivo do grupo, «Live Evil», em 82. Desentendimentos na produção do disco levaram à separação e à carreira a solo.
«Holy Diver» marca a estreia a solo e afirma-se como um dos títulos basilares do chamado heavy metal moderno, em que Dio juntava o melhor dos RAINBOW e dos BLACK SABBATH, sem descurar o que se fazia de novo na altura. Como marca registada, a temática da fantasia, explorada ao ponto de ter um dragão que combatia em palco Em 85 promoveu a reunião de músicos conhecida como HEAR’N’AID, primeiro através do single «Stars» e depois com um álbum. Quando a carreira a solo foi decaindo, voltaria a ser chamado para os BLACK SABBATH de onde sairia novamente envolto em polémica, não sem antes gravar «Dehumanizer», em 1992. Já numa fase final, formaria os HEAVEN & HELL, juntamente com Geezer Butler e Tony Iommi. O nome era obviamente uma referência ao disco que tinha gravado com os BLACK SABBATH, já que os três não podiam actuar sob o nome original depois de Tony ter vendido os direitos a Sharon Osbourne. Ainda chegaria a ser gravado um álbum de originais, mas um cancro no estômago tomaria o músico que viria a falecer pouco após a edição do álbum. No total são dezanove álbuns de estúdio, incontáveis discos ao vivo e compilações, a passagem por três grupos fundamentais do hard’n’heavy. Dio foi um músico incontornável e um dos melhores no seu campo.
A LOUD! precisa da tua ajuda para poder continuar a oferecer jornalismo de qualidade, aberto e independente. Por maior ou menor que seja, qualquer contribuição por parte dos nossos leitores é incrivelmente valiosa. Para mais detalhes ou para fazeres uma doação, encontras toda a informação AQUI. Obrigado!