ROB HALFORD

ROB HALFORD: “O que faziam vinha-lhes da alma e do coração.”

ROB HALFORD, a inimitável voz dos JUDAS PRIEST, recorda a banda que, segundo ele, “salvou o heavy metal nos anos 90”.

Como é do conhecimento geral, as sementes do heavy metal foram plantadas no início dos anos 70 pela santíssima trindade composta pelos lendários LED ZEPPELIN, DEEP PURPLE e BLACK SABBATH. Ao longo da década seguinte, o género floresceu e acabou por atingir o auge, primeiro com os IRON MAIDEN e os JUDAS PRIEST, e, uns anos depois, com os METALLICA. Nos anos 90, após o surgimento da onda grunge, a situação começou a complicar-se.

Se, a nível underground, o som pesado continuava a florescer com tendências extremas como o death e o black metal, no mainstream, o movimento começou a perder terreno e relevância para tendências… Um pouco mais alternativas, digamos assim. Por um lado, os IRON MAIDEN e os JUDAS PRIEST perderam as suas vozes mais emblemáticas; por outro, bandas como METALLICA e MEGADETH começaram a afastar-se da sua sonoridade feroz em favor de uma abordagem mais melódica, suave e acessível.

No entanto, segundo ROB HALFORD, foi precisamente nessa época que ganhou relevância a banda que acabaria por salvar toda a tendência. “Não se pode enfatizar o suficiente o quão importante os Pantera foram para salvar o heavy metal nos anos 90“, explicou Halford à Metal Hammer.

A situação estava demasiado frágil, especialmente nos Estados Unidos. E depois surgiram aqueles quatro cowboys do Texas, que captaram o verdadeiro espírito do heavy metal. O que faziam vinha-lhes do coração e da alma. Nos anos 90, o metal precisava dos Pantera. Eles foram o trampolim para várias outras bandas que vieram depois deles“, recordou o cantor britânico.

Os Pantera estavam famintos“, revela ROB HALFORD. “Tocavam em qualquer lugar e davam 1.000%. Faziam o que fosse preciso para se afirmarem e se transformarem numa força sólida no heavy metal. Eram muito, muito famintos — mal podiam esperar para subir ao palco. E tinham o poder, recursos e energia que só as bandas novas possuem. Eu nunca lhes dei conselhos. Até porque não acho que precisassem. Eram tão confiantes e tinham uma crença enorme em si próprios. Mesmo assim, eram humildes — não se exibiam ou gabavam. Não havia nada disso nos Pantera“.