À falta de melhor opção, a saga para gente sentada persiste e vai tocando todos os estilos musicais. Nesta noite de celebração, foi ao thrash nacional que calhou a fava. E ela não foi fácil de engolir para os INFRAKTOR, com o vocalista Hugo Silva a pedir “façam barulho” por diversas vezes. O thrash e o death metal pedem clubes pequenos, suor e corpos. Não interessa quanta cerveja esteja numa mesa, a qualidade da música ou a vontade da banda. Sentado nunca será o ideal. Porém, a “pica” esteve lá e percebeu-se também a raiva de tanto tempo sem tocar, num país em que já é difícil tocar muitas vezes e em que os intervalos entre discos são enormes. Com um set já conhecido, houve tempo para novo tema, já executado em Mangualde, «Marked To Be Forgotten», contendo o melhor solo de guitarra da noite, revelando a evolução de Carlos Almeida. A encerrar, tivemos uma «Ferocious Intent» sem Raça na voz, porque este estava reservado para a festa a seguir.
ALINHAMENTO INFRAKTOR: «Blood Of The Weak», «Son Of A Butcher», «Exhaust», «Inevitability Of Reason», «Unleash The Pigs», «Speech Of Deceit», «Marked To Be Forgotten», «Ferocious Intent»
O disco já vinha a ser adiado desde Maio, o concerto de apresentação também — e a LOUD! conhece as várias datas que estiveram na mesa até que os REVOLUTION WITHIN pudessem finalmente subir ao palco para apresentar o seu novo álbum, «Chaos». Mesmo assim, o risco de cancelamento foi grande, os horários tiveram de ser mudados. Foram muitos os desabafos de Raça, mas nada resume melhor a noite que “Isto é METAL, temos orgulho daquilo que somos”, resumindo numa simples tirada o que passa na cabeça de muitos que continuam sem entender porque não há mais concertos neste momento. A cerveja já tinha rolado e a recepção foi melhor para os cabeças-de-cartaz.
No palco, referia-se o mosh pit que seria sugerido aqui, o wall of death que devia fechar ali. Os novos temas iam desfilando, mas ainda precisam de ser oleados para a estrada, de forma a serem tão fulminantes como foram «From Madness To Sanity», «Pure Hate» ou «Silence», com estas últimas a encerrarem muito bem a noite. Apesar da força do novo «Chaos», aqui executado na íntegra, em palco acabaram a ser os temas antigos a revelarem mais groove. Certamente que com mais concertos, e entrosamento na nova formação, terão o seu espaço para crescerem, pois, a margem para isso, está lá. “Valeu a pena?” questionava Raça no final. A resposta só pode ser afirmativa, face a duas boas actuações. No entanto, todos sabemos que ficará sempre um, “mas…”, no ar, por muito que os presentes, músicos incluídos, precisassem desta noite.
ALINHAMENTO REVOLUTION WITHIN: «Nebula», «Back From The Shadows», «Chaos», «Take You Down», «From Madness To Sanity», «You Will Burn», «Enemy Inside», «Broken Soul», «I Fear Nothing», «Days Of Anger», «Pure Hate», «Silence».