O «Songs For The Deaf», dos QUEENS OF THE STONE AGE, faz hoje 22 anos. Para assinalar a ocasião, recordamos um momento “priceless” com um dos expoentes máximos do rock moderno.
Provavelmente a melhor formação dos QUEENS OF THE STONE AGE, mesmo que efémera. A somar, o quase eclipsar daquela que é hoje a cara do grupo. Mas todos sabem que para fazer uma joia brilhar, ela não pode estar rodeada de outras tão ou mais brilhantes, e este poderá ser um bom exemplo disso. Na bateria Dave Grohl, mais conhecido das novas gerações como guitarrista e vocalista dos Foo Fighters, mas que se tornou conhecido por ocupar as peles nos Nirvana. Aqui mostra as suas qualidades na batida, fazendo desejar que o repetisse mais vezes.
De costas, nos primeiros segundos, e a segurar o ritmo durante todo o tempo, Nick Olivieri, que nos visitou recentemente com os seus Mondo Generator; um mal-amado do rock, rebelde sem causa e o homem que colocou o desert rock no mapa. Dave tinha integrado a formação dos QUEENS OF THE STONE AGE em fins de 2001, a tempo de gravar «Songs For The Deaf», integrando o grupo na digressão promocional, onde também estava Troy Van Leeuwen, guitarrista dos A Perfect Circle.
«Songs For The Deaf» revelar-se-ia a plataforma de lançamento da banda, atingindo quase um milhão de vendas. Em 2004, Grohl sairia da formação para voltar aos seus Foo Fighters, sendo substituído por Joey Castillo. O comportamento borderline de Oliveri levaria a que fosse despedido do grupo, ficando Josh Homme como único elemento fundador e tornando os QOTSA no seu grupo, mais que nunca. Esta fase fica também marcada pela presença de Mark Lannegan. Na realidade, também para ele, esta passagem pelor esta banda revelar-se-ia um ponto de viragem, estabilizando a sua carreira a partir daqui.
É fácil encontrar todo o concerto na íntegra e seria injusto extrapolar a partir daqui que a actuação de Josh é apagada. O vocalista e guitarrista tem a possibilidade de brilhar ao longo de outros temas, mas a forma como é completamente apagado aqui, não deixa de ser simbólica e permite perceber porque, para muitos, é após esta fase que se marca o declínio do grupo, provavelmente uma observação exagerada, mas aquela troca de olhares aos quarenta e um segundos, é irrepetível: músicos experientes a divertirem-se em palco, fazendo a música pelo prazer e não pela obrigação de mais uma data. Priceless! Uma nota final para referir que os “nossos” The Parkinsons actuariam no mesmo palco, mas no dia seguinte.