Na edição de Outubro da LOUD! — JÁ NAS BANCAS! –, Ruyter Suys, dos Nashville Pussy, refere os PLASMATICS como uma das suas grandes influências e o choque que foi ver a figura de Wendy O. Williams na TV, em horário familiar. Na realidade, qualquer prestação da banda, ainda hoje, não deixa ninguém indiferente — seja a serrar uma guitarra, a esmagar um aparelho de televisão ou, simplesmente, a adivinhar com que roupa Wendy O. Williams irá despida.
Nos inícios dos anos 80, os PLASMATICS eram a mais metal das bandas punk, o que não os favorecia junto da crítica intelectual que, à época, apreciava o estilo, e certamente não tinham o pretensiosismo de serem sérios como outros nomes. Eram também demasiado punk para o metal da época, sendo necessário Lemmy Kilmister apadrinhar a cantora para esta poder cingrar. A carreira do grupo ainda teve uma duração interessante, de 1977, pela mão de Rod Swenson, até 1982, quando Wendy entraria numa curta carreira a solo, com três discos. Pelo meio juntar-se-ia aos PLASMATICS, vindo a falecer em 98. Quanto ao grupo, ocasionalmente reuniu-se para concertos ou edições, com um último disco em 2000.
Mas o que aqui interessa é a prestação, num canal generalista, em prime time, numa América sempre cheia de pudor, em que um furação loiro, com um corno na cabeça, invade o jantar familiar, rodeada de quatro músicos, destruindo uma guitarra e aparecendo numa entrevista final com um à-vontade que envergonharia qualquer punk. Esta dualidade seria mais tarde repetida por G.G. Allin nas suas entrevistas a canais de TV, mas aqui está o original e por muito primitiva que pareça esta actuação, há todo um lado punk e rock, em cenário metal que impressiona e ganha de goleada a muitos pretendentes à coroa de shock rock. E sim, é um dos Bee Gees que apresenta o tema!