Por vezes a inspiração falha, aquele footage que serve a premissa do RETROVISOR não tem a mínima qualidade exigida ou algo do género, outras é a realidade que impõe a referência. Nesta semana em que duas notícias atravessaram todos os canais de notícias do metal, a opção impunha-se entre ANGRA/André Matos e MEGADETH; venceram estes últimos pois um ex-ANGRA integra agora os MEGADETH. Que semana terá sido esta para Kiko Loureiro. Vamos contornar o #fuckcancer e ficar pela música, viajar até um programa da MTV, referir pela enésima vez como os tempos eram diferentes na televisão e trazer os MEGADETH, no seu auge, com «Countdown to Extinction», um dos melhores discos do quarteto e segundo daquela que é considerada a formação ideal: Dave Mustaine, Marty Friedman, David Ellefson e Nick Menza. Embora o núcleo duro tivesse sempre assentado na dupla Mustaine/Ellefson, foi o primeiro que esteve desde sempre associado ao colectivo de forma a que, hoje em dia, seja visto quase como um projecto a solo do polémico guitarrista e vocalista.
A história da génese do grupo foi já repetida até à exaustão, mas com os anos o guitarrista foi adicionando mais histórias ao seu percurso, quer pelo recorrente uso de substâncias aditivas, quer pelo comportamento algo irascível de e irregular, como quando da sua conversão ao cristianismo, em 2003. Num momento em que surge uma doença, cujo lema poderia ser «Killing Is My Business… and Business Is Good!», a anunciar uma «Countdown To Extinction», apesar do «Risk», certamente que Mustaine se recusará a «Rust In Peace». Até porque, como sabemos, «The World Needs A Hero» e nestes «Cryptic Writings» da vida, para já «So Far, So Good… So What!».
A escolha de um tema dos MEGADETH seria sempre complicada, havendo mesmo um que nunca seria escolhido para aqui, mas o comportamento e reacção de Dave Mustaine à doença, certamente fazem prever que este poderia ser o mote para a batalha que enfrenta e que, aqui no RETROVISOR, se deseja seja curta e vitoriosa.