Numa das capas da edição deste mês, na versão em papel da LOUD! presta-se homenagem ao nu-metal, movimento que cruzou dois milénios em alta, herético para muitos, e o último responsável por vendas gigantescas de discos. Ainda hoje muitos fãs de rock se revolvem nas suas cadeiras, outros agarram fortemente a bengala face à designação, mas a realidade é que este movimento marcou uma geração, trouxe um novo fôlego ao metal e até terá sido o último isento de conservadorismo e algum totalitarismo que hoje impede grupos de actuarem e se exprimirem livremente.
Porque o rock é o excesso, a transgressão e o ultrapassar de limites, naturalmente que muito do que se passou em Woodstock em 1999, é hoje fortemente condenado, ao ponto da revista Rolling Stone elaborar uma lista com um TOP19 do pior que se passou por lá. Algures aparece a referência a «Break Stuff», o tema que se tornou hino de libertação para Fred Durst e seu grupo.
Mas não é «Break Stuff» o escolhido para hoje. A eleição vai para «Nookie», aqueles três minutos sem música, enquanto Fred tenta perceber se é ouvido, mas não desiste de picar o público, o mesmo que tinha incentivado a arrancar painéis de protecção para surfarem na multidão. São 400 mil os presentes, o concerto está a ser transmitido pela saudosa MTV e todos tentam tirar partido do evento, quer para se promoverem, quer para venderem algo.
Não há aqui grande virtuosismo, mas mais a gestão de tempo, “Wes não toques essa merda, o micro não funciona”, que mostra a habilidade de Fred e dos músicos que o acompanham face ao terror de qualquer músico em palco, não ser ouvido! “I did it all for the nookie” pode ser a frase que resume toda a história do rock, ou mesmo da humanidade, ao mesmo tempo que está longe da densidade intelectual que se esperaria de um grupo que passou por Woodstock, mas era a viragem de um século e de paradigmas e até nisso este vídeo se torna simbólico. Quanto aos LIMP BIZKIT, espera-se por «Stampede Of The Disco Elephants», ou não.