Os eventos sócio-políticos dos últimos cinco anos foram um pano de fundo bastante adequado para a música dos RAGE AGAINST THE MACHINE. Infelizmente, o lendário grupo não conseguiu fazer a digressão de regresso que tinha planeada para o ano passado, mas encontrou mais uma forma de dar a sua resposta artística ao movimento de justiça racial, que aborda num novo documentário chamado «Killing in Thy Name». O projecto é uma colaboração com um colectivo de artistas internacionais chamado The Ummah Chroma (“comunidades de cor”, em tradução livre), e que visa ser “uma saída do incêndio da ficção conhecida como brancura e uma fonte de descoberta”.
Grande parte do vídeo de quinze minutos, que pode ser visto no player em cima, apresenta imagens de um professor e de alguns alunos a falarem sobre a história negra da escravidão do Ocidente, o destino manifesto e o próprio conceito de “brancura” no contexto dos Estados Unidos. «Killing In The Name», o hino anticolonialista dos RAGE AGAINST THE MACHINE, surge com frequência ao longo da peça, e tudo termina com uma filmagem clássica da banda ao vivo. O filme inclui também citações de membros da banda, que partilham os seus pensamentos sobre o racismo e como ele é parte integrante do ethos da sua arte.
“Escrever canções que têm algo a dizer sobre o que está a acontecer social e politicamente não é uma escolha para nós”, disse recentemente o baixista Tim Commerford à Loudwire. “É uma obrigação. Eu quero usar a música como uma arma.” O guitarrista Tom Morello acrescenta, “a minha mãe [Mary Morello] é uma mulher branca com uma voz radical, Durante três décadas foi uma professora liberal num colégio conservador, inspirando alunos a desafiarem o sistema — nas suas acções e palavras, sempre ensinou que o racismo nunca deve ser ignorado e deve sempre ser confrontado.”