O compositor de música electrónica Klaus Schulze faleceu aos 74 anos de idade. De acordo com uma declaração divulgada pela sua editora, Schulze morreu ontem, terça-feira, 26 de Abril. Sabe-se apenas que o músico sofria de uma doença não especificada, mas a sua morte foi descrita como tendo sido “repentina” por Frank Uhle, o director-geral da SPV. “Ficámos chocados e tristes ao receber a notícia da morte súbita do Klaus Schulze“, escreveu Uhle num breve comunicado. “Perdemos e vamos sentir muita falta de um bom amigo pessoal — era um dos mais influentes e importantes compositores de música electrónica. Era um homem de convicções e um artista excepcional. Todos os nossos pensamentos nesta hora estão com a sua esposa, filhos e família. A sua natureza sempre alegre, o espírito inovador e o impressionante corpo de trabalho permanecem indelevelmente enraizados nas nossas memórias“. Um pioneiro das tendências krautrock e techno, o músico nascido na Alemanha lançou mais de 60 álbuns ao longo da sua carreira de cinco décadas. Foi também um dos primeiros membros dos TANGERINE DREAM e ASH RA TEMPEL, tendo colaborado com artistas de quadrantes tão diversos como Steve Winwood, Michael Shrieve, Ernst Fuchs, Rainer Bloss e Lisa Gerrard, dos DEAD CAN DANCE. Mais recentemente, trabalhou com Hans Zimmer na banda-sonora de ‘Dune’.
Numa entrevista com a Electronic Musician em 2018, Karl Schulze falou sobre o seu início e atracção pelo género electrónico. “Antes de me juntar aos Psy Free e Ash Ra Tempel como baterista, tocava guitarra eléctrica“, começou por explicar o músico. “No entanto, até isso foi algo que fiz à minha maneira. Tinha o instrumento deitado no chão e tratava-o com todo o tipo de dispositivos do tipo gargalo: tubos de metal, placas de cobre, e tudo mais. Fi-lo porque, para mim, os sons que eram gerados importavam mais do que as notas ou acordes musicais propriamente ditos. Isso já era música electrónica, de certa forma. Além disso, sempre adorei percussão, e tinha começado a tocar de vez em quando. Como era divertido, foi natural fazer a troca da guitarra pela bateria. Depois dessa fase, foi outra progressão natural pegar em sintetizadores no momento em que se tornaram disponíveis, porque me deram ainda mais liberdade musical, ou devo dizer sónica, para seguir a minha visão. Em termos de som, qualquer coisa com que pudesse sonhar tornou-se possível com o tempo, por isso, claro, acabei por ficar com o sintetizador em todas as suas várias formas e variações“. No início deste mês, Schulze anunciou o seu último álbum a solo, «Deus Arrakis», que tinha data de edição agendada para 10 de Junho.