Os IRON MAIDEN, uma das maiores bandas da história do heavy metal são britânicos, mas parecem ter encontrado a sua segunda casa no Brasil, com a sua audiência nas plataformas de streaming a ser dominada pelos fãs brasileiros nos últimos anos. A página oficial do grupo liderado por Steve Harris e Bruce Dickinson no Spotify, onde têm mais de 7,3 milhões de reproduções mensais, mostra que São Paulo é a cidade no mundo em que mais são ouvidos, com a capital paulista a acumular mais de 220 mil ouvintes. Depois aparecem no top Santiago, no Chile, a Cidade do México e apenas em quarto lugar surge Londres, no Reino Unido, de onde são originários. Recorde-se que, em 2019, um levantamento do Portal G1, da rede Globo, já tinha mostrado que o Brasil também é o país em que mais se vêm vídeos dos IRON MAIDEN no YouTube, com 13,8% da audiência assegurada por brasileiros àquela data.
Activos como nunca na fase pós-pandémica, os veteranos ingleses colocaram um ponto final na extensa digressão Legacy Of The Beast no segundo semestre de 2022. A rota, que começou em 2018 e foi interrompida pela pandemia, passou um pouco por todo o globo — e Portugal não foi excepção, com o sexteto a assinar mais uma actuação irrepreensível no Estádio Nacional. Após terem feito 139 concertos, terem percorrido 33 países e vendido mais de 3 milhões de ingressos, as lendas IRON MAIDEN divulgaram uma longa nota de agradecimento aos fãs assinada pelo manager Rod Smalwood. “Em meu nome, da banda e de todos na Phantom Music Management gostaríamos de estender um enorme obrigado a todos os que fizeram esta digressão uma experiência tão especial e memorável“, começava por dizer Rod. “Em primeiro lugar e mais importante, estão os fãs, especialmente os afectados pelos problemas causados pela pandemia que fez com que os espectáculos de 2020 tivessem de ser reagendados — não só uma, mas duas vezes! A vossa paciência e boa vontade em manter os bilhetes e esperar até que pudéssemos por fim trazer-vos o espectáculo foi muito apreciada. A verdade é que vocês são os melhores e termos tocado para mais de 3 milhões de vocês durante esta digressão foi um feito infernal, por isso, agradeço a todos e a cada um de vocês por tornarem isto possível e também por tornarem este espectáculo incrivelmente divertido para a banda, que desfrutou praticamente de todos os minutos em palco“.
Muitos dos fãs presentes na último concerto dos IRON MAIDEN em Portugal devem ter notado que, no final, Bruce Dickinson não só se despediu com um “Até para o ano”, mas de forma propositada e irónica, deixou sair um “maybe Somewhere on Tour”. Esta frase deixou muita gente curiosa. Somewhere On Tour é a designação da rota que, entre 1986 e 1987, percorreu o globo promovendo o álbum «Somewhere In Time». Mais tarde, esse LP seria uma vez mais recordado entre 2008 e 2009 na digressão intitulada Somewhere Back In Time World Tour, em que vários discos eram revisitados, à semelhança do que tinha sido feito na Eddie Rips Up The World Tour. No entanto, com a edição recente de «Senjutsu», era de esperar ser este mais recente trabalho o alvo da próxima digressão. Na realidade, os espectáculos da fase final da Legacy Of The Beast World Tour começaram mesmo com três temas extraídos do disco e todo um cenário alusivo ao mesmo, só depois entrando o cenário que acompanhou a digressão na fase pré-COVID. Só que não, porque a banda tinha outros planos. A próxima digressão, a decorrer entre 2023 e 2024, intitula-se The Future Past Tour, e mistura uns temas de «Senjutsu» com canções do LP clássico «Somewhere In Time». De acordo com Steve Harris, que refere já terem tocado três temas de «Senjutsu» nos últimos concertos, “não faz muito sentido repetir os temas que andámos a tocar este ano numa digressão relativa álbum, por isso pensámos em outras opções e decidimos revisitar uma vez mais o «Somewhere In Time», já que essa digressão não foi focada nas diversas tours retrospectivas que fizemos ao longo dos anos”. Segundo o baixista, “não filmámos essa digressão, por culpa do manager, e temos tido pedidos de muitos fãs, ao longo dos anos, para algumas das faixas, e agora vamos tocar essas”.