A Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE) anunciou uma “Manifestação pela Cultura”, que vai acontecer no próximo dia 21 de Novembro, no Campo Pequeno, em Lisboa. Numa publicação partilhada na página oficial da associação no Facebook, pode ler-se: “Manifestação pela Cultura. Campo Pequeno. Sábado 21 Novembro às 10:30”. Contactada pela Lusa, Sandra Faria, representante da APEFE, explicou que a manifestação irá decorrer “dentro do Campo Pequeno, como se de um espetáculo se tratasse. Cumprindo as regras impostas pela Direção-Geral de Saúde e com a capacidade do recinto limitada a duas mil pessoas.“
Embora grande parte dos espectáculos marcados até ao Verão tenham começado a ser adiados ou cancelados mais cedo, foi no mês de Março, quando foi decretado o primeiro estado de emergência, que as salas de espectáculos de todo o país fecharam portas. Três meses depois, a partir de 1 de Junho, foi permitido que reabrissem com uma série de normas de segurança, higiene e segurança — que, sobretudo no caso dos espaços mais pequenos, inviabilizaram a reabertura de muitos espaços. Agora, com a entrada em vigor de um segundo estado de emergência e de um novo recolher obrigatório parcial, surgem notícias de salas de espectáculos espalhadas um pouco por todo o país que se viram obrigadas a alterar horários, a adiar a sua programação ou mesmo a cancelar eventos já anunciados.
Segundo a APEFE, este novo confinamento, mesmo que parcial, “é uma grande machadada no sector. Que nós não compreendemos, porque se as regras são cumpridas exemplarmente nas salas, e se as salas são seguras –- e são mais seguras do que ir ao supermercado –, como é que os supermercados podem estar abertos e as salas de espetáculos não, dentro daqueles horários, quando a circulação é organizada, quando há distanciamento social entre as pessoas, quando é obrigatório o uso de máscara?“, questiona Sandra Faria.
Recorde-se que, no passado mês de Outubro, a APEFE lançou uma campanha, sob o lema #ACULTURAÉSEGURA. que visa sensibilizar as pessoas para a segurança dos espaços culturais em tempos de pandemia. Além disso, a APEFE apela para que, “em segurança e com responsabilidade, o público continue a ir a espetáculos e museus“, garantindo que “as regras de segurança têm sido uma prioridade absoluta desde a reabertura dos equipamentos culturais“. De acordo com aquela associação, que cita dados da Inspeção-Geral das Atividades Culturais, desde 1 de Junho, data a partir da qual as salas de espectáculos puderam reabrir, no âmbito do ‘Plano de Desconfinamento’ do Governo, “já se realizaram mais de 12 mil atividades culturais e não existe registo de um qualquer procedimento menos adequado“.