Desde o início deste ano que as associações do sector dos espetáculos têm tido reuniões regulares com a DGS e com o Governo, que resultaram, durante os meses de Abril e Maio, em vários eventos-piloto, realizados em Braga, Coimbra e Lisboa, com plateia em pé e sentada. Esses espectáculos, levados a cabo em articulação com a Cruz Vermelha e a DGS, tinham como objetivo, segundo o Governo, definir “novas orientações técnicas e a realização de testes de diagnóstico de SARS-CoV-2 para a realização de espectáculos e festivais“. Mais de um mês depois, ainda não foram divulgadas as conclusões desses eventos-piloto. Segundo declarações de Álvaro Covões, da direção da Associação de Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos (APEFE), ao Público, a DGS informou as associações na última sexta-feira, 11 de Junho, de que terá havido “um problema informático” com os dados dos espectadores. “Quem tinha os dados era a Cruz Vermelha“, diz Álvaro, explicando que “não estavam a conseguir tratá-los informaticamente“. De forma a tentar contornar o problema, as associações organizadoras terão de enviar “o número de utente” de cada espectador para “tentar complementar” as informações.
A APEFE pretende agora mais esclarecimentos da Direção-Geral da Saúde sobre a obrigatoriedade de realização de testes à covid-19 em eventos culturais, e lamenta a ausência de informações. Recorde-se que, no passado dia 9 de Junho, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, informou que o acesso a eventos culturais vai estar dependente da realização de um teste à COVID-19, sempre que o evento tenha um número mínimo de pessoas, a determinar pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). O Governo anunciava assim a “necessidade de realização de testes como forma de acesso a um conjunto de eventos, sejam eles desportivos, culturais, familiares, incluindo casamentos e baptizados, a partir de um número de convidados que será determinado pela DGS”, disse a ministra em conferência de imprensa.