PHIL LESH

[R.I.P.] Faleceu PHIL LESH, baixista, fundador e uma das forças motrizes dos GRATEFUL DEAD

PHIL LESH manteve-se nos GRATEFUL DEAD desde a fundação da banda até à sua dissolução. Tinha 84 anos.

PHIL LESH, baixista e membro fundador dos lendários GRATEFUL DEAD, faleceu pacificamente na manhã de ontem, sexta-feira, 25 de Outubro, aos 84 anos. A notícia da sua morte foi confirmada pela família nas redes sociais, revelando que o músico estava rodeado pelos seus entes queridos no momento da partida. Lesh deixa um legado musical inigualável, com uma carreira que remonta aos primórdios da contracultura e que influenciou gerações e gerações de artistas e fãs. A causa da morte não foi revelada, e a sua família pede privacidade neste momento difícil.

Nascido a 15 de Março de 1940, PHIL LESH começou a sua vida musical como um jovem violinista antes de fazer rapidamente a transição para se tornar trompetista enquanto ainda estava matriculado no liceu. Interessando-se pela música clássica de vanguarda e pelo free jazz, Lesh acabaria por tornar-se um dos músicos mais requisitados na Universidade da Califórnia, em Berkeley, onde também integrou a big band da faculdade. Embora não tenha concluído a licenciatura, foi nesta altura que conheceu Tom Constanten, futuro teclista dos GRATEFUL DEAD.

Após abandonar o curso, PHIL LESH deu continuidade à sua educação musical ao lado de nomes como Steve Reich e, após passar algum tempo como engenheiro de gravação na KPFA, conheceu Jerry Garcia. Embora o guitarrista viesse de uma formação mais bluegrass, os dois músicos desenvolveram química de imediato e, eventualmente, Lesh tornou-se baixista da banda de Garcia na altura, os THE WARLOCKS, que acabariam por transformar-se nos GRATEFUL DEAD em 1965.

Com a formação inicial do grupo a ficar completa com Bob Weir, Bill Kreutzmann e Ron McKeman, os GRATEFUL DEAD tornaram-se uma referência na cena psicadélica e da contracultura muito graças aos seus espectáculos ao vivo, muitas vezes experimental e baseados em jams. Com a sua dissolução oficial em 1995, o extenso catálogo de gravações ao vivo e esforços de estúdio consolidou-os como uma das bandas de jam mais fundamentais de todos os tempos.

PHIL LESH acabaria por manter-se como baixista dos GRATEFUL DEAD desde a fundação da banda até à sua dissolução. Nunca tendo tocado baixo antes de se juntar a John Garcia, o músico aprendeu à medida que avançava, com a sua forma de abordar o instrumento a resultar num estilo pouco ligado às técnicas e práticas tradicionais. Tornou-se conhecido pelas suas linhas de baixo aventureiras, muitas vezes altamente melódicas, que diferiam de cada vez que tocava uma música.

Depois da separação dos GRATEFUL DEAD, Lesh continuou a tocar com as ramificações The Other Ones e The Dead. Liderou a sua própria banda, Phil Lesh And Friends, e, ao longo das décadas seguintes, foi-se reunindo periodicamente com ex-companheiros para diferentes digressões. Quando não estava em tour estrada, actuava como banda residente do Terrapin Crossroads, sala de concertos, bar e restaurante que fundou em San Rafael, na Califórnia.

Apesar de ter enfrentado várias batalhas contra o cancro, PHIL LESH manteve-se sempre ligado à música, sendo reconhecido como um dos 100 melhores baixistas de todos os tempos. Ironicamente, a sua morte ocorreu numa semana em que os GRATEFUL DEAD, que vão ser homenageados na edição de 2024 dos Kennedy Center Honors, voltaram a estar “nas bocas do mundo”.