13 curiosidades acerca de PETER STEELE e dos seus TYPE O NEGATIVE, uma das figuras e bandas mais importantes dos anos 90.
Conhecido pela sua boa aparência vampírica, pelo sentido de humor mórbido e por um tom vocal barítono riquíssimo, PETER STEELE escreveu verdadeiros clássicos do metal como «Christian Women», «Black No. 1», «My Girlfriend’s Girlfriend», «Love You To Death», «Everything Dies» ou, no que foi o seu disco de despedida, o «Dead Again», de 2007, «September Sun».
Nascido em 1962, Steele tocou em várias bandas de hardcore e thrash em Brooklyn antes de começar o mais duradouro e bem-sucedido projecto de uma carreira sempre em crescendo. Acompanhado do amigo de infância Josh Silver nos teclados, Kenny Hickey na guitarra e Sal Abruscato na bateria, o músico assinou contracto — com uma mistura de sémen e sangue, segundo reza a lenda — com a Roadrunner Records, que lançou a estreia «Slow, Deep And Hard» em 1991.
Musicalmente foi aí que os TYPE O NEGATIVE abriram as portas a toda uma tendência de metal lento ao combinarem elementos de doom, hardcore e gótico, tornando a música de peso mais que um veículo para histórias fantásticas ou opiniões políticas. A partir daquele momento, o hardcore, o metal e o gótico podiam também ser amargamente crus, inflexivelmente dolorosos e surpreendentemente feios.
Podiam ser depressivos, até mesmo suicidas. Sem verniz, sem encobrimentos, sem polimento; porque isto é a vida, e a vida pode ser uma merda. No entanto, foi já depois da edição de «The Origin Of The Feces», que o «Bloody Kisses», de 1993, transformou o grupo num fenómeno à escala mundial. Agora com a banda totalmente mergulhada num imaginário gótico, e aproveitando a boa aparência de Steele, os vídeo-clips começaram a rodar na MTV.
Em 1996, o quarteto voltou à carga com o muito bem sucedido «October Rust» e Steele ganhou notoriedade com uma aparição nas páginas da Playgirl. A partir daí o músico tornou-se um símbolo sexual completo e a banda começou a fazer digressões intensamente, com os excessos da estrada e as perdas pessoais de Steele a inspirarem «World Coming Down» e «Life Is Killing Me», descrito pelo músico como uma crise de meia idade, de 1999 e 2003, respectivamente.
Apesar das críticas esmagadoramente positivas, a banda acabou por ser “dispensada” da Roadrunner e rapidamente repescada pela SPV, que lançaria «Dead Again» em 2007 e manteria os músicos consistentemente na estrada até 2009. Aqui vos deixamos com 13 curiosidades acerca de uma das figuras e bandas mais importantes dos anos 90.
01. Peter Steele nasceu Petrus Thomas Ratajczyk, a 4 de Janeiro de 1962, em Red Hook, Brooklyn, Nova Iorque. O seu pai, que combateu na II Guerra Mundial, era descendente de russos e polacos, a sua mãe descendia de irlandeses, noruegueses e islandeses;
02. O músico era o mais novo de seis crianças e tinha cinco irmãs. Foi criado nos bairros de Bensonhurst e Brighton Beach, tendo frequentado a Edward R. Murrow High School. Começou a ter aulas de guitarra aos 12 anos, passando para o baixo seis meses depois;
03. Em 1979, Steele formou os Fallout, uma banda de heavy metal, e, em 1982, após a divisão dos Fallout, criou os Carnivore, que gravaram dois álbuns num período de cinco anos e, com as suas visões controversas e niilistas, inspiraram o início do desenvolvimento da identidade musical dos TYPE O NEGATIVE;
04. Em 1986, Peter Steele escreveu letras para várias canções do segundo álbum dos Agnostic Front, «Cause For Alarm», que foi editado pelaa 15 de Junho de 86 pela Relativity Records;
05. Antes de adoptar a designação TYPE O NEGATIVE o quarteto formado por Steele, Silver, Hickey e Abruscato ainda fez música como REPULSION, NEW MINORITY e SUB ZERO. Só em 1990 se transformaram na banda que conhecemos hoje, com o nome a surgir depois de todos os músicos terem feito uma tatuagem com um símbolo de sub zero: O, um círculo e um sinal de menos por dentro;
06. Depois de lançarem a estreia «Slow, Deep And Hard» em 1991, Steele e os seus companheiros foram para a estrada, fazendo uma digressão com os conterrâneos BIOHAZARD e os britânicos THE EXPLOITED;
07. Muito graças à dureza lírica do disco, Steele causou alguma controvérsia quando embarcou pela primeira vez numa digressão europeia, com alguns críticos a chegarem ao ponto de rotulá-lo como simpatizante nazi, apesar de Josh Silver ser judeu;
08. Criado para parecer um álbum ao vivo, o «The Origin of the Feces (Not Live at Brighton Beach)», de 1992, não é mais que uma regravação de estúdio de grande parte do disco de estreia com títulos menos crípticos, a que foram acrescentados overdubs de interacção com o público e sons falsos de uma audiência hóstil — provando o humor que sempre os caracterizou, a dada altura a sala em que a actuação estaria hipoteticamente a decorrer até chega a ser evacuada depois de uma ameaça de bomba;
09. A capa original do «The Origin Of The Feces» é uma foto do esfíncter aberto de Peter Steele. Em 1994, o álbum foi reeditado com outra capa e um tema bónus, uma versão da «Paranoid», dos Black Sabbath;
10. O «Bloody Kisses» foi o primeiro álbum a valer à Roadrunner, um dos selos mais influentes dos anos 90 no que à música pesada diz respeito, as marcas de ouro e platina. O disco foi reeditado em 1994 em formato digipack com outra capa e outro encarte, e substituindo os dois temas de orientação mais hardcore («Kill All The White People» e «We Hate Everyone») pela épica «Suspended In Dusk»;
11. Até ao Verão de 1994, Steele trabalhou para o Departamento de Parques e Recreação de Nova Iorque. O músico estava destacado na Brooklyn Heights Promenade, onde o seu trabalho envolvia manutenção de parques e condução de veículos, incluindo camiões de lixo e rolos compressores. Eventualmente, o músico foi promovido ao cargo de supervisor do parque;
12. Em 2005, Peter participou numa longa metragem chamada «Tao of M», do realizador James L. Bills, interpretando um vampiro. Nesse mesmo ano, o músico desenvolveu uma psicose induzida pelo consumo de cocaína, ficando totalmente paranóico e passando um mês na prisão depois de ter espancado um rival amoroso;
13. Quando morreu, de insuficiência cardíaca, a 14 de Abril de 2010, PETER STEELE tinha apenas 48 anos de idade.