PARADISE LOST

PARADISE LOST: Nick Holmes revela qual é o álbum mais subestimado da banda britânica

Nick Holmes e uma reflexão sobre a discografia (e as escolhas ousadas) dos pioneiros PARADISE LOST.

Poucas bandas no metal conseguiram atravessar mais de três décadas mantendo relevância, consistência e capacidade de reinvenção como os PARADISE LOST. Formados em Halifax, norte de Inglaterra, no final dos 80s, são considerados pioneiros do metal gótico e construíram uma discografia que alterna entre o peso inicial do death/doom e ousadias inesperadas, incluindo incursões pela electrónica. Clássicos como «Gothic» e «Draconian Times», de 1991 e 1995, garantiram à banda um lugar incontornável na história do género, enquanto álbuns como «Host» dividiram opiniões e marcaram fases bem mais controversas.

Às vésperas do lançamento de «Ascension», o próximo LP de estúdio que promete retomar elementos sombrios da sonoridade original, o vocalista Nick Holmes conversou com o jornalista Marcelo Vieira sobre o passado, o presente e o futuro da banda. Sem rodeios, Holmes abordou alguns dos capítulos mais polémicos da carreira dos PARADISE LOST e destacou quais os discos que considera injustamente subestimados.

Sobre o mais controverso, a resposta foi imediata: «Host». “Eu diria o «Host»”, disparou de imediato a voz dos PARADISE LOST. “Sei que muita gente gosta desse disco, mas sei também que muitos odiaram quando foi editado. Talvez porque fosse o álbum errado no momento errado, não sei. Olhando em retrospecto, teria sido mais fácil lançá-lo como um projecto paralelo, assim não teríamos levado com tantas críticas”, afirmou.

Apesar das divisões que gerou, Holmes reforçou o valor pessoal do álbum: “No entanto, ainda acho que é um álbum muito forte, com algumas das melhores músicas que já escrevemos, pessoalmente falando. Claro, não é um «Draconian Times», por isso foi um choque enorme para muita gente… Se fosse lançado hoje em dia, talvez a internet tivesse ‘explodido’ de tantas reclamações.”

Na mesma conversa, o vocalista também revisitou a memória de «Shades Of God», de 1992, disco que marcou a transição entre a fase inicial mais próxima do death/doom e a consolidação do som gótico que tornaria os PARADISE LOST conhecidos em todo o mundo. Para Holmes, trata-se de outro capítulo pouco reconhecido dentro da discografia do grupo. “Acho que passou um pouco despercebido, mas é um álbum muito poderoso, provavelmente um dos nossos mais pesados de sempre. Está cheio de riffs bem marcantes, óptimas músicas”, destacou ele.

Na leitura do cantor, tanto o «Host» como o «Shades of God» são, no entanto, fundamentais para que se entenda toda a versatilidade dos PARADISE LOST. “São dois registos completamente diferentes — o «Host» e o «Shades Of God» — mas, mesmo sendo tão distintos, ainda nos permitem perceber que vêm da mesma banda.” Estas palavras de Holmes reafirmam sobretudo a importância de olhar para o fundo de catálogo dos PARADISE LOST além dos clássicos incontornáveis. Discos que inicialmente dividiram opiniões ou ficaram na sombra acabam, com o tempo, por revelar novas camadas e ganhar outro peso no legado da banda.

Recorde-se que, no início de Junho, após semanas de expectativa, os PARADISE LOST regressaram por fim com o anúncio do lançamento de «Ascension», o seu novo trabalho de estúdio, e prometeram mais uma jornada musical intensa e profundamente sombria. Entretanto, já na sequência de «Silence Like The Grave» e «Serpent On The Cross», a banda britânica lançou já um terceiro single extraído do disco.

Intitulado «Tyrants Serenade», o tema está disponível em todas as plataformas digitais e mostra a banda a afinar as suas cordas mais obscuras e góticas. Embora impregnado de doom, o tema surpreende com uma estrutura rítmica que revela um groove discreto, capaz de prender o ouvinte numa espiral hipnótica. Produzido pelo guitarrista Gregor Mackintosh e misturado e masterizado por Lawrence Mackrory, este novo álbum promete transportar os fãs para as paisagens sonoras que cimentaram o estatuto lendário da banda.

Resultado, com mais de três décadas de carreira, os PARADISE LOST voltam a provar porque continuam a ser uma referência no cenário do metal gótico e do doom, explorando as sombras da existência humana com mestria e melancolia. Os fãs já podem fazer a pré-encomenda de «Ascension» através da loja virtual da Nuclear Blast Records e preparar-se para testemunhar o regresso de uma das formações mais icónicas do metal britânico.