PANTERA

Será que os PANTERA roubaram mesmo o som aos EXHORDER? Kyle Thomas explica

No dia em que o «Cowboys From Hell», dos PANTERA, celebra mais um aniversário, recordamos este proverbial “diz que disse”, analisado pelo vocalista dos pioneiros do thrash de NOLA.

É uma história com longas barbas. Básica e resumidamente, os PANTERA eram uma banda de glam, o Phil Anselmo adorava os EXHORDER e, no «Cowboys From Hell», a banda texana surgiu em cena com um som muito — muito, mesmo muito, convenhamos — daquele que a banda de NOLA, de onde Anselmo é originário, tinha explorado nas maquetas «Get Rude» e «Slaughter In The Vatican».

Resultado, reza a lenda que os PANTERA “gamaram” o som aos EXHORDER e, pelo caminho, transformaram-se num fenómeno à escala global, enquanto os pioneiros se mantiveram como um minúsculo culto underground. Numa entrevista com o Heavy Culture, Kyle Thomas, o vocalista dos thrashers de New Orleans, foi mais uma vez questionado sobre a suposta influência da sua banda na decisão de Anselmo e companhia adoptarem uma postura mais agressiva e thrash.

Os PANTERA sofreram uma evolução“, começou por dizer Thomas. “No início, eram uma espécie de glam, e não sei se a música era necessariamente tão glam como a aparência. Mas muitas bandas de heavy metal… Quer dizer, eu tocava em bandas de heavy metal antes de estar nos EXHORDER, onde usava calças de spandex e delineador preto. A certa altura, todos nós o fizemos — nem todos, mas alguns de nós fizeram-no. Muitas das bandas de thrash que hoje adoramos — os SLAYER, os DESTRUCTION – usavam maquilhagem e couro e pulseiras e outras coisas.

O músico continua: “os PANTERA já eram muito bons antes do Philip Anselmo se ter juntado a eles. Eram muito bons e estavam bem estabelecidos no que faziam; eram uma banda muito trabalhadora. Agora, o Phil é de New Orleans, nós também somos. Conhecemo-nos desde que éramos adolescentes. Somos amigos há muito tempo. Sinceramente, o álbum de platina que está na minha parede ali atrás foi um presente de Phil. É o «Far Beyond Driven», dos PANTERA. Somos amigos mesmo há muito tempo.

Quanto há “controvérsia” e ao “roubo”, Thomas aponta o dedo aos fãs e à imprensa, mas desvaloriza uma apropriação propositada. “Penso que grande parte da controvérsia foi, mais do que qualquer outra coisa, movida pela imprensa e pelos fãs“, explica ele. “Estávamos a fazer o que eles acabaram por fazer antes de eles o fazerem? De certa forma, sim. Havia coisas que nós fazíamos que eles acabavam por fazer e nós tínhamos feito primeiro. Mas isso não significa necessariamente, penso eu, que tenha havido qualquer tipo de roubo gritante ou qualquer coisa desse género“. Podes ver a entrevista na íntegra em baixo.