O espectáculo não tem de continuar: PANTERA suspendem parte da sua digressão norte-americana para honrar o legado de OZZY.
A morte de Ozzy Osbourne abalou a comunidade do heavy metal até ao âmago — e, claro, os PANTERA não ficaram indiferentes. Poucos dias após a confirmação do falecimento do lendário vocalista britânico, que morreu aos 76 anos, a banda liderada por Philip Anselmo e Rex Brown anunciou uma pausa parcial na sua mais recente digressão norte-americana, alegando a necessidade de tempo para fazerem o luto e homenagearem condignamente um dos nomes mais influentes de sempre do género.
Num comunicado emocionado partilhado nas redes sociais, os PANTERA destacam não só o impacto artístico de Ozzy, mas a relação profundamente pessoal que mantinham com o ícone. “O Ozzy não era apenas uma lenda que moldou os alicerces do heavy metal e inspirou os Pantera desde o início — ele era família. Um mentor, um irmão e uma presença constante nas nossas vidas, dentro e fora do palco”, lê-se na nota. “O vínculo que partilhávamos com ele ia muito além da música”.
A proximidade entre os PANTERA e Ozzy Osbourne é particularmente evidente na figura de Zakk Wylde, guitarrista que, além de integrar a formação actual da banda texana, foi durante décadas o braço-direito de Ozzy em palco e em estúdio. Tanto os PANTERA como Wylde esteve também presente no Back To The Beginning, realizado no passado dia 5 de Julho em Birmingham, cidade natal de Ozzy, naquele que viria a ser o último espectáculo da lenda britânica.
Nessa noite, Zakk Wylde subiu também ao palco durante a porção a solo da actuação, tornando-se parte integrante de um momento histórico e profundamente simbólico. Os PANTERA, que também prestaram homenagem ao legado dos BLACK SABBATH com versões ao vivo de dois temas da banda, aquecendo o público antes da despedida final — um gesto que, à luz dos acontecimentos, ganha um novo peso emocional.
Os PANTERA tinham actuado em três datas após a morte de Ozzy Osbourne, incluindo o espectáculo da noite passada em Hershey, na Pennsylvania. Nesses concertos, os PANTERA decidiram adaptar a versão de «Planet Caravan», clássico dos BLACK SABBATH, habitualmente dedicada a Dimebag Darell e Vinnie Paul, para ser acompanhada por projecções de imagens evocativas de Ozzy. A homenagem ao “Príncipe das Trevas” transformou-se assim no ponto alto de uma série de concertos marcados por reverência e dor.
Ainda assim, os membros da banda sentiram que era necessário mais do que uma homenagem em palco. “Perante esta perda profunda, precisamos de tempo e espaço para fazer o nosso luto — para estarmos com as nossas famílias, com a nossa equipa e entre nós, enquanto processamos e honramos a vida de alguém que tanto significava para nós”, explicaram. Como consequência dessa decisão, foram remarcadas duas datas: o concerto em Saratoga Springs, Nova Iorque, foi adiado para 9 de Setembro, enquanto a actuação de 31 de julho em Holmdel, Nova Jérsia, passou para 8 de Setembro.
Outros três espectáculos foram simplesmente cancelados: 29 de Julho em Gilford, New Hampshire, 8 de Setembro em Birmingham, Alabama, e 10 de Setembro em Virginia Beach, Virgínia. Este sentido gesto dos PANTERA sublinha não só o legado incomensurável de Ozzy Osbourne, mas também o respeito profundo que os músicos contemporâneos lhe continuam a dedicar.
Ao optarem por abrandar a máquina implacável da estrada, os PANTERA escolheram o caminho da humanidade e da memória. Num universo onde o espectáculo tem quase sempre de continuar, os Phil Anselmo e companhia mostram que, afinal, ainda há figuras cuja perda justifica uma pausa. Ozzy era uma delas.















