A 26 de Agosto de 2001, os PANTERA subiram a palco em Yokohama, no Japão, e assinaram aquela que foi a sua última actuação de sempre com a lendária formação composta por Dimebag Darrell, Vinnie Paul, Phillip Anselmo e Rex Brown.
Tantos anos depois, o impacto que os PANTERA tiveram no mundo da música mais pesada continua a ser impressionante. A atitude palpável nas linhas vocais do indomável Phil Anselmo, os solos, riffs e licks de Dimebag Darrell e os grooves demolidores debitados pela secção rítmica formada por Vinnie Paul e Rex Brown e viraram o mundo do metal às avessas e inspiraram gerações de bandas vindouras, sendo que os ecos da sua influência continuam a fazer-se sentir nos tempos que correm.
E sim, os PANTERA vão estar para todo o sempre associados ao Texas — e a uma atitude meio redneck que seria perfeitamente dispensável —, mas a verdade é que tiveram um impacto enorme em todos os cantos do mundo.
Que o digam todos os que tiveram a sorte de ver os PANTERA a 26 de Agosto de 2001, no festival Beast Fest, em Yokohama, no Japão, e que jamais poderiam imaginar estar a presenciar a última actuação da banda com a sua formação clássica. No entanto, o destino quis que assim fosse. Como é sabido, por esta altura as tensões entre os membros do quarteto já estavam em crescendo desde o início da digressão de promoção a «Reinventing The Steel», que tinha sido lançado a 21 de Março de 2000.
Com os PANTERA a optarem por explorar andamentos mais lentos e temperamentais em «The Great Southern Trendkill», o «Reinventing The Steel» mostrou-os a aderirem aos fundamentos pulverizantes do seu som, com o primeiro apontamento de guitarra sem distorção a surgir só na penúltima faixa, «It Makes Them Disappear», e a desaparecer cerca de 15 segundos após o início da música. Na tradição dos melhores álbuns do grupo texano, o «Reinventing The Steel» afirmou-se como um ataque ininterrupto aos sentidos, não oferecendo tréguas em termos de intensidade.
No entanto, de alguma forma, talvez seja um disco simplesmente bom de uma forma muito previsível (ao contrário do título). O que temos aqui são os PANTERA firmemente enraizados num som característico, e esse é um som altamente eficaz que, como provam os concertos dos últimos dois anos e a gravação em baixo, a maioria dos fãs da banda não quer que seja alterado.
Logo depois deste concerto no Japão, os atentados do 11 de Setembro, em Nova Iorque, fizeram com que as restantes datas da digressão fossem canceladas e, a seguir, a banda embarcou num período de inactividade de que, infelizmente, nunca voltaria a sair… Não com esta formação, pelo menos. Como foi bem documentado, Phil Anselmo tinha uma doença degenerativa nas costas que só piorou durante esta tour e a sua automedicação ficou fora de controle e, embora o cantor, tivesse começado a resolver esses problemas, a banda já havia começado a se dividir.
Apesar de não ter sido uma actuação em nome próprio, portanto com alinhamento mais curto do que seria desejável, o concerto acabou por ser muito especial, não só pelas razões mais óbvias, mas também porque contou com a presença de dois convidados especiais em palco: Kerry King, dos eternos SLAYER, em «Fucking Hostile», e Evan Seinfeld, dos BIOHAZARD, em «Walk». E, como não poderia deixar de ser, o público também foi presenteado com um punhado de clássicos, entre os quais «Goddamn Electric», «Mouth For War», «Becoming», «Revolution Is My Name», «This Love» ou «Cowboys From Hell».