PANTERA

PANTERA + POWER TRIP + KING PARROT @ 3Arena, Dublin, Irlanda | 21.02.2025 [reportagem]

Numa noite de energia pura e homenagem aos irmãos Abbott, Dublin recebeu o furacão PANTERA com a mesma intensidade de outrora.

Ontem, sexta-feira, dia 21 de Fevereiro de 2025, a 3Arena em Dublin foi o cenário de um dos concertos mais aguardados do ano. Mais de 13 mil fãs lotaram o espaço para celebrar o legado dos regressados PANTERA, numa noite marcada pela homenagem aos irmãos Dimebag Darrell e Vinnie Paul. No fim, a banda, liderada pelo vocalista Phil Anselmo e pelo baixista Rex Brown, acompanhados por Zakk Wylde e Charlie Benante, na guitarra e na bateria, conseguiu provar que o seu impacto é quase tão relevante hoje quanto no auge da sua carreira.

A noite começou com a energia caótica dos KING PARROT, oriundos de Melbourne, na Austrália, cuja atuação foi acompanhada à distância por Phil Anselmo, visivelmente impressionado com o espectáculo, estragicamente posicionado do lado do palco. Com temas como «Ten Pounds Of Shit In A Five Shit Bag» e «Fuck You And The Horse You Rode In On», o grupo conquistou o público com o seu estilo irreverente.

Seguiram-se os também “ressuscitados” POWER TRIP, que provaram que há continuidade após a trágica perda de Riley Gale em 2020. Apesar de não permitirem fotógrafos durante o concerto, os músicos ainda entregaram uma performance intensa, preparando o terreno com temas como «Executioner’s Tax (Swing Of The Axe)», «Hornet’s Nest» e «Manifest Decimation».

Antes do início do espectáculo dos PANTERA, Zakk Wylde, fiel ao seu ritual, surgiu na frente do palco usando uma máscara do Ultimate Warrior e segurando uma figurina do icónico lutador, cumprimentando os fãs da linha da frente. Este momento de descontração antecipou o que seria uma noite carregada de emoções e poder sonoro. O alinhamento começou logo com uma explosão de energia ao som de «A New Level» e «Mouth For War», incendiando a plateia desde os primeiros acordes.

A potência da entrega não diminuiu com «Strength Beyond Strength» e «Becoming», levando o público ao êxtase, com corpos a sobrevoarem as barreiras de proteção e um mar de cabeças em headbanging contínuo. Um dos pontos altos da noite surgiu com «I’m Broken», onde Zakk Wylde demonstrou um respeito absoluto pelas melodias e riffs originais, adicionando o seu toque pessoal com uns pinched harmonics precisos.

A intensidade manteve-se com as potentes «Suicide Note pt II» e «5 Minutes Alone», antes de uma breve pausa emocional com «This Love». Depois, «Floods» foi um momento particularmente tocante, transformando-se numa sentida homenagem a Dimebag e Vinnie, com imagens dos irmãos Abbott nos ecrãs, relembrando o impacto e a intemporalidade da banda.

Phil Anselmo, mesmo com uma voz marcada pelo tempo, entregou uma performance sólida e bastante carismática. Charlie Benante e Zakk Wylde, tal como demonstraram em actuações anteriores, mantêm-se fiéis ao espírito das gravações originais, enquanto o baixo de Rex Brown ressoou de forma imponente na acústica da 3Arena. A clássica «Walk» elevou a intensidade a níveis máximos, mostrando que os fãs dos PANTERA na Irlanda rivalizam com os portugueses na sua entrega apaixonada. O concerto culminou com um medley de «Domination» e «Hollow», seguido pela devastadora «Cowboys From Hell», levando a arena ao delírio. No encore, «Fucking Hostile» e «Yesterday Don’t Mean Shit» fecharam a noite com chave de ouro.