Os polacos OUTRE prometem ser uma das sensações de final de ano no que diz respeito ao black metal, com base no seu fortíssimo novo álbum, o segundo da sua carreira, «Hollow Earth». O lançamento está previsto já para amanhã via Debemur Morti, mas para que não tenham que esperar mais, os leitores da LOUD! já o podem ouvir na sua plenitude, ao mesmo tempo que lêem umas palavras que trocámos com o baixista Marcin Radecki.
Quais são as vossas expectativas para este novo álbum?
Para ser sincero – nenhumas. A coisa mais importante é que estejamos satisfeitos com o resultado e com a qualidade dos nossos álbuns em todos os aspectos. A recepção do álbum pelo público é importante, claro, mas não escrevemos música para as massas. Quaisquer expectativas de “hype” ou de qualquer presença massiva nas redes sociais não existem, no nosso caso.
Como é que descreverias a evolução musical dos Outre desde a estreia de 2015, «Ghost Chants», até agora?
Foi enorme. Na minha opinião, os nossos primeiros lançamentos nem têm comparação em relação ao que fazemos hoje em dia. Claro que falo mais do EP «Tranquillity» e do split com os Thaw. O «Ghost Chants» foi o ponto de início da verdadeira evolução da banda, e acho que é um processo contínuo que não terminará tão cedo.
Podes falar-nos um pouco do conceito lírico do álbum?
Desta vez não nos focámos tanto num só tópico, como foi o caso do «Ghost Chants» ou do «Sein/Zeit», mas continua a haver um background comum às nossas letras. O leit-motiv do «Hollow Earth» é a solidão espiritual. O Homem sempre foi uma boneca de trapos nas mãos do tempo e das forças da natureza, sempre a caminhar para a extinção. Não sabemos a razão da nossa existência, não sabemos se há algum propósito maior. A nossa evolução e desenvolvimento caminham para a auto-destruição, nada mais que isso. Tal como o Megaloceros da capa do disco. A Terra é oca.
A cena polaca, em particular de black metal, está a receber muita atenção ultimamente, sentem que isto vos afecta de alguma forma?
Claro que sim, mas como disse antes, a “popularidade” significa menos para mim do que estar totalmente convencido que demos o nosso melhor e que este álbum é o melhor que poderia ser nesta altura. Mas obviamente que é óptimo termos mais e mais bandas a chamar a atenção, atenção essa que considero inteiramente merecida.
Podes fazer a pré-encomenda do álbum aqui.