É já no próximo dia 3 de Novembro que se realiza a terceira edição do OESTE UNDERGROUND, festival que visa apoiar os Bombeiros Voluntários da Malveira e onde a LOUD! vai estar presente. Trata-se de uma edição importante para o futuro do evento, e por isso estivemos à conversa com Miguel Bastos, da organização.
Fala-nos um pouco acerca das origens do Oeste Underground, quais foram as motivações e objectivos iniciais?
Este é um sonho antigo e que apenas chegou ao papel em 2015. Teve início comigo, com o Pedro Felicío e também com o Luís Sousa, mas só no ano seguinte se tornou realidade. A nossa motivação era fazer algo relacionado com o metal na zona saloia, que tivesse lugar na terra que me viu crescer. Além disso, tenho uma dívida de gratidão para com os Bombeiros da Malveira, o que me motivou ainda mais a criar o festival para nós, metaleiros, em benefício dos soldados da paz.
Portanto, a relação com os Bombeiros Voluntários da Malveira continua a ser aquilo que mais norteia o evento?
Sem dúvida! Cada momento que partilho com aqueles homens e mulheres naquele quartel ainda me motiva mais. A direcção tem sido um pilar essencial na ajuda da realização deste evento. Eles desconheciam, totalmente, a música extrema, e sentem que este evento é uma mais-valia para a Malveira.
Qual tem sido o feedback das pessoas na região?
Isto é uma zona onde o heavy metal quase é tabu, mas a verdade é que as pessoas já vão reconhecendo o logótipo do evento e os cartazes quando estamos presentes em festas locais a promover o mesmo. Agora, é uma questão de tempo até nesta zona começar a haver mais fãs de música extrema.
Qual o balanço que fazes das duas primeiras edições?
Foram duas boas edições. Na primeira foi a descoberta total, na segunda foi a primeira vez que que tivemos bandas estrangeiras. Em relação à causa — apoiar os bombeiros da Malveira —, as anteriores edições deram lucro, pelo que o nosso objectivo foi cumprido.
Como vês o crescimento que o festival teve até agora?
Um crescimento normal e sustentado, embora este seja um evento que terá sempre alguma dificuldade em crescer até certo nível, pois sendo de beneficência, em cada ano começamos sempre do zero.
Quais são os critérios principais para a escolha de bandas?
O critério essencial passa por ter todos os subgéneros do metal representados no cartaz, e também Hhrdcore. Depois, há o factor monetário: sendo este um festival de beneficência o dinheiro não abunda, mas nunca falhámos um compromisso. Temos um orçamento-base e depois negociamos a partir daí. Aproveito para sublinhar que nunca nenhuma banda aqui tocou gratuitamente, pagamos sempre aos grupos. Aquilo que prometemos, cumprimos.
Há alguma banda que gostasses de poder trazer ao festival, se o dinheiro e a disponibilidade fossem infinitas?
Essa é uma pergunta difícil…, iria tentar sem dúvida colocar no festival quem me fez começar a ouvir metal, os Sepultura. Mas se o dinheiro fosse infinito e a disponibilidade também, colocaria todas as bandas nacionais num cartaz único, tipo Woodstock do metal. Deveria dar para umas semanas a ouvir boa música e sempre em boa companhia.
Imaginas o Oeste Underground daqui a, digamos, dez anos? Achas que nessa altura continuará a existir, e que estará substancialmente diferente?
Espero ver o metal a crescer e a ter cada vez mais fãs e, consequentemente, haver mais público nos concertos. Uma boa afluência é vital para manter o Oeste Underground Fest ano após ano, para daqui a dez anos ainda fazermos parte do circuito nacional de festivais underground mas já com um estatuto ainda maior, devidamente consolidado e que, inclusivamente, possa atrair fãs estrangeiros.
O Oeste Underground tem lugar no Pavilhão Multiusos da Malveira, no próximo dia 3 de Novembro, a partir das 16:30.