Em mais uma escolha que promete provocar falatório e discussão, o ROCK AND ROLL HALL OF FAME decidiu rever a sua declaração de intenções de forma a incluir uma interpretação mais lata, digamos, do conceito de “música rock”. A mudança antecedeu o anúncio dos nomeados para a Classe de 2023, que aconteceu ontem e inclui os IRON MAIDEN, RAGE AGAINST THE MACHINE e SOUNDGARDEN, mas parece uma resposta da instituição à resistência em relação aos artistas de country e hip-hop que têm sido recentemente incluídos. “O rock ‘n’ roll tem raízes profundas tanto no R&B como na música country“, podia ler-se num comunicado divulgado no ano passado, já na sequência da nomeação da lenda do country Dolly Parton ter provocado muitas reacções negativas por parte do público, com os resonsáveis do Rock Hall a dizerem que o rock “não é definido por nenhum género“, mas “um som que move a cultura jovem“. Agora, numa nova declaração divulgada em conferência de imprensa no passado dia 30 de Janeiro, o conceito é expandido mais um pouco, acrescentando a seguinte frase: “Nascido da colisão do R&B com a country e o gospel, o rock ‘n’ roll é caracterizado por um espírito inclusivo e em constante mudança, que celebra o som da cultura jovem e homenageia os artistas cuja música nos liga a todos“. No ano passado, fora introduzidos no Hall Of Fame os seguintes nomes: Pat Benatar & Neil Giraldo, Duran Duran, Eminem, Eurythmics, Dolly Parton, Lionel Richie e Carly Simon. Convenhamos, a verdade é que, por muitas voltas que seja possível dar ao texto, não há muito rock nessa lista.