Desde logo, a frase para acalmar utilizadores “o Bandcamp vai continuar a operar como um mercado único na comunidade musical”. As palavras são de Ethan Diamond, um dos fundadores da plataforma de streaming e actual CEO da empresa, no comunicado sobre a aquisição. Segue-se a promessa de manater as políticas actuais do Bandcamp, centrando esse mesmo crescimento “à volta dos artistas”, com estes a obterem cerca de 82% dos valores envolvidos em cada venda. “Ainda irás continuar a ter controle sob a forma como ofereces a tua música”, continua o comunicado, dirigindo-se especificamente às bandas e assegurando que iniciativas tão populares como as Bandcamp Fridays, iniciadas com a pandemia, vão prosseguir. Toda a actividade diária do Bandcamp, focando-se na promoção da música, irá também continuar, é assegurado. Claro que existe sempre um “mas” e fica logo claro que a aquisição irá implicar uma expansão de assuntos tão básicos como as próprias páginas, aplicações móveis, todas as ferramentas de merchandise e pagamento, até mesmo a serviços de streaming e prensagens de vinil.
A empresa foi adquirida pela Epic Games, companhia de jogos vídeo e de desenvolvimento de software, responsável por títulos de jogos como Fortnite e Unreal Engine, entre outros. Do lado da Epic Games, o comunicado refere o facto de ambas as empresas partilharem “a missão de criar uma plataforma mais amigável dos artistas, que permita aos criadores reterem a maior parte dos ganhos financeiros”. A aquisição do Bandcamp será uma forma de “desenvolver um ecossistema digital para conteúdos, tecnologia, jogos, arte, música e muito mais”. Recentemente a Epic Games, através do jogo Fortnite, criou o ambiente para receber concertos de Travis Scott, Ariana Grande, J Balvin, Dominic Fike e outros. No ano passado, os RADIOHEAD lançaram mesmo uma exposição online, via Fortnite, como parte da sua reedição do álbum «Kid A». Uma boa ou má notícia para a música e bandas, apenas o futuro dirá.