Em notícias verdadeiramente surpreendentes, o governador do estado norte-americano do Texas, Greg Abbott, anunciou que “a partir da próxima quarta-feira, todas as empresas de qualquer tipo podem abrir a 100%. Além disso, estou a dar por terminada a obrigatoriedade do uso de máscara em todo o estado“, acrescentou. O que, basicamente, significa que, no Texas, todas as salas de concertos podem retomar as suas operações normais já durante a próxima semana. “Se as empresas desejam limitar a capacidade ou implementar protocolos de segurança adicionais, têm o direito de fazê-lo“, continuou Abbott. “Esse problema é deles, e eles podem escolher operar os seus negócios da forma que quiserem.” Actualmente, há uma média de 7.600 novos casos de coronavírus por dia no Texas, com cerca de 228 pessoas a morrer a cada 24 horas.
Ontem, Michael Rapinho, CEO da Live Nation, disse esperar que os concertos ao ar livre pudessem regressar ainda durante o Verão de 2021, afirmando que espera que os festivais “possam começar a meio do Verão“. “Todos os dias parece que temos um novo estado ou país a falar sobre quando vão abrir, por isso estamos a sentir-nos muito mais optimistas do que estávamos há um mês. Muitos artistas têm ligado para ver se vamos começar em Julho, Agosto, ou Setembro. […] Podemos ter alguns países que podem ainda não estar prontos, mas temos países e artistas mais que suficientes dispostos a tocar nos slots abertos se chegarmos a esse nível nos mercados certos.” Actualmente, os Estados Unidos têm cerca de 15% de sua população na primeira dose da vacina COVID-19 e 7,1% na segunda dose.
Por cá, os agentes ligados a festivais e concertos também estão confiantes de que haverá música ao vivo para milhares de pessoas no próximo Verão. A retoma dos espectáculos ao vivo têm vindo a ser discutida por um grupo de trabalho que começou a reunir-se por teleconferência no dia 13 de Janeiro e, segundo informações recolhidas pelo Observador, o plano passa agora por encontrar o melhor modelo para a realização do que agora começa a ser conhecido como “festivais-bolha” livres da Covid-19. O modelo defendido há várias semanas pelos empresários do sector provavelmente será ensaiado já em Abril, sob a forma de vários “eventos-piloto” a realizar em Lisboa e no Porto, sendo que, se tudo correr bem, e se o Governo e as autoridades de saúde derem luz verde, os festivais de verão vão mesmo acontecer.
Estes “eventos-piloto” baseiam-se no que já aconteceu durante o ano passado em Barcelona, com espectáculos realizados em ambiente controlado, onde todos os participantes foram testados à entrada. O comportamento do publico vai depois permitir às autoridades de saúde avaliarem se os recintos são seguros e se, no seu interior, podem ser levantadas as regras de distanciamento físico. Apesar de não ser certo se os testes aos espectadores serão feitos no local ou se, como nas viagens de avião, só serão aceites testes PCR, quais salas que vão receber os espectáculos, nem quando vão acontecer, estes eventos vão finalmente permitir aos promotores de festivais perceberem que logística e lotação poderão adoptar em espetáculos de grande dimensão.