Os advogados dos NIRVANA apresentaram uma moção que procura rejeitar o processo movido por Spencer Elden, o famoso “bébé” da capa de «Nevermind», que acusa a banda e outros réus de “pornografia infantil”. Elden, agora com 30 anos, continua a alegar que a imagem, que o mostra com quatro meses, debaixo de água e os órgãos genitais expostos, foi usada para “desencadear uma resposta sexual e visceral”. O lado dos NIRVANA — que inclui os membros sobreviventes da banda, Dave Grohl e Krist Novoselic, e a viúva de Kurt Cobain, Courtney Love — pretendem que o processo seja arquivado, sendo que, na passada quarta-feira, 22 de Dezembro de 2021, responderam formalmente ao processo pela primeira vez. “O Elden passou três décadas inteiras a lucrar com a sua celebridade. Voltou a encenar várias vezes a fotografia em troca de dinheiro; tem o título do álbum «Nevermind» tatuado no peito; autografou cópias da capa do álbum para venda no eBay; e usou esta ligação para tentar engatar mulheres”, pode ler-se na moção. “A alegação, por parte do Elden, de que a fotografia da capa do «Nevermind» é ‘pornografia infantil’ não pode ser séria. Um breve exame da fotografia, ou a própria conduta de Elden (para não mencionar a presença da fotografia nas casas de milhões de americanos que, na teoria de Elden, são culpados de posse ilegal de pornografia infantil) torna isso claro.”
Acresce a isto que a lei federal contra a pornografia infantil tem um estatuto de limitação de dez anos a contar do momento que a vítima “descobre” a própria violação ou os danos causados por ela. De acordo com o grupo e os outros réus, isso significaria que Elden só teria supostamente descoberto a existência da imagem em 2011. “No entanto, a fotografia do «Nevermind» foi tirada em 1991”, pode ler-se na moção, que representa também incluem a Universal Music Group e o fotógrafo Kirk Weddle. “A fotografia tornou-se famosa no mundo inteiro em 1992. Muito antes de 2011, o Elden já sabia da fotografia e que era ele o bebé na fotografia“, defendem os réus. Recentemente, Elden fez alterações ao processo para incluir algumas entradas perturbadoras do diário de Kurt Cobain na tentativa de provar que a foto foi concebida para ser intencionalmente pornográfica por natureza. Anteriormente,diversos advogados e analistas que avaliaram o caso descreveram o processo de Elden como “frívolo” e com grandes probabilidades de ser rejeitado.