O afamado DAVE GROHL subiu pela primeira vez a palco com os NIRVANA há 33 anos — e nós temos imagens para prová-lo.
Há mais de duas décadas, provavelmente ninguém podia prever que um baterista de punk rock oriundo de Washington D.C. teria acabado a viver em Seattle para ingressar numa das bandas icónicas da história do rock. No entanto, foi exactamente isso que aconteceu. Quando Dave Grohl abandonou os lendários SCREAM, ligou imediatamente ao amigo Buzz Osborne, guitarrista e vocalista dos MELVINS, para pedir alguns conselhos.
Osborne tinha feito inicialmente amizade com Grohl enquanto o baterista ainda estava com os SCREAM e, por incrível que isto possa parecer agora, até tinha levado uns amigos de Seattle, Kurt Cobain e Krist Novoselic, para o verem em concerto quando os MELVINS e os NIRVANA andaram juntos em digressão pela Costa Oeste. Dizer que esse telefonema entre os dois músicos foi muito fortuito é apelido.
Conseguem adivinhar o que aconteceu? Pois é, o bom do Buzz aconselhou o Dave Grohl a candidatar-se ao lugar deixado recentemente vago por Chad Channing atrás do kit de bateria nos NIRVANA. O resto, como se costuma dizer, é história. A 11 de Outubro de 1990, o sábio conselho de Buzz deu frutos quando o Sr. Dave Grohl fez o seu primeiro concerto com a banda liderada por Cobain.
Esta actuação mítica aconteceu no North Shore Surf Club, em Olympia, Washington, e a tempestade em que os NIRVANA se transformaram nos anos seguintes começou a tomar oficialmente forma ali. Todos nós conhecemos o destino de Kurt e da banda menos de quatro anos depois, mas nem mesmo a morte do cantor impediriam o crescimento do movimento que o grupo, com Dave na bateria, ajudou a iniciar.
“Eu tinha acabado de entrar na banda, tipo, três semanas antes disso, e tínhamos ensaiado, não sei, cinco ou seis vezes“, recordou o baterista dos NIRVANA, hoje a liderar os FOO FIGHTERS, numa conversa com a Kerrang! sobre a experiência. “Queríamos fazer um concerto antes de um curta digressão pelo Reino Unido com que já nos tínhamos comprometido e havia um pequeno clube que acomodava talvez 600 ou 700 pessoas na rua onde o Kurt e eu morávamos.
Foi tudo à última hora. Acho que eles anunciaram o concerto uma semana antes de acontecer. Entramos e fizemos o teste de som, saí para comer qualquer coisa, voltei e havia uma fila à volta do quarteirão! É claro que nunca tinha visto isso em nenhum concerto que tivesse dado antes e tocar com os Nirvana. Havia centenas de pessoas e, claro, isso surpreendeu-me.“
“Foi um momento mágico”, continuou ele. “Começámos logo com a «Love Buzz», e nunca me vou esquecer disto, porque o público simplesmente explodiu. Estávamos unidos, e foi caótico, mas parecia estar tudo certo e soou óptimo. No fim, estava nas nuvens. A banda em que estava antes dos Scream também era um trio, e há algo na energia de um trio. Há também algo na fragilidade de um trio. Se algo desmorona, desmorona realmente — não há ali um meio-termo. É como um castelo de cartas. No entanto, lembro-me que, quando terminámos, senti que tinha sido óptimo e que era aquilo que queria fazer dali para a frente“.