Os Crab Monsters voltam à carga, com o novo álbum «Piss Wizard», novamente com a marca da Hellxis Records. Onze descargas, que abrem com a super directa «Stage Chaos» e que seguem o seu caminho numa locomotiva hardcore super oleada a lembrarem por vezes os suecos Raised Fist cruzados com algum old school norte-americano, mas com uma pronúncia de Castelo Branco. Em «Oh Fuck!» sentimos uma guitarra mais new school com toques de crossover, mas é no tema «Satan’s Balls» com a participação de Dinis Gonçalves (Dead Meat) que os caranguejos exploram mais o metal extremo com aproximações ao death metal. No entanto é o hardcore rápido com riffs de guitarra precisos e uma bateria samurai, com uma tarola que até estala, a verdadeira identidade da banda. Há ainda tempo para as participações especiais de Miguel Newton (Mata-Ratos) em «Explosives Down Your Racist Friend’s Throat» e Poli Correia (Devil In Me) em «Vote Crime». Nota final para mais um excelente artwork de O Gatuno. Excelente disco!
Continuando em Portugal, agora no Pombal, recebemos com entusiasmo o álbum autoproduzido dos Acesso de Raiva: «TV, Pão & Circo». Após um longo hiato, desde o final dos anos 90, a banda regressou com muita vontade em 2018 e apresenta agora o seu primeiro longa-duração com onze temas de punk/hardcore bastante coesos e muito in-your-face. Cantando em português, com uma componente lírica de grande contestação político-social, as influências da banda remetem-nos para o punk nacional da velha guarda, nomeadamente Censurados, e talvez inconscientemente uma abordagem muito próxima das bandas punk latino-americanas. Guitarra acutilante, ritmo acelerado e uma voz que peca por vezes pela falta de dinâmica, mas que dá tudo e com alma.
Mudando de ares, mais propriamente para a Chéquia, encontramos os Napoi!ka com o seu primeiro trabalho, o mini-álbum de sete temas «Další Doušek». Editado pela própria banda, trata-se de um registo com uma produção bastante aceitável, onde podemos ouvir sete temas com grande influência do oi! de leste e bandas como os seus conterrâneos Orlik e Operace Artaban ou os polacos BTM. As músicas têm uma estrutura bem trabalhada, com jogo de guitarras e uma voz bastante peculiar que por vezes entra num registo de discurso falado que cola muito bem com o instrumental. Um disco fora da caixa do oi! mais tradicional mas que impõe um cunho muito pessoal e deveras interessante.
Excelente split 7” EP lançado pela Primator Crew e Double Turn Records! Do lado A temos os franceses Tchernobyl, com um oi! muito dark e intenso, guitarra com detalhes muito 80s e uma voz profunda. Do lado B os canadianos Force Majeure, praticando um oi! de influência mais britânica, com guitarras à la Chiswick e uma voz mais agressiva. Dois temas para cada banda, de dois dos nomes mais badalados na actualidade entre a cena streetpunk.