JIM SHEPPARD, baixista e membro fundador dos NEVERMORE, denuncia “traição” por parte de JEFF LOOMIS e VAN WILLIAMS.
JIM SHEPPARD, o baixista fundador dos NEVERMORE, expressou publicamente o seu descontentamento relativamente aos planos de Jeff Loomis e Van Williams para reactivar a banda sem o seu envolvimento ou conhecimento prévio. A polémica surgiu logo após a divulgação de um teaser por Loomis e Williams, que sugere o regresso da lendária banda norte-americana em 2025.
Na passada sexta-feira, dia 27 de dezembro, foi partilhado um vídeo de um minuto nas redes sociais, que continha várias imagens associadas à história dos NEVERMORE, as silhuetas do guitarrista Jeff Loomis e do baterista Van Williams e ainda a legenda “Resurrecting The Dream”.O vídeo termina com logótipo do grupo Nevermore, acompanhado pela frase “A New Chapter Rises” e a data “2025”. O teaser inclui ainda um link para um novo site, reforçando a expectativa de que algo significativo está para acontecer.
Apenas dois dias depois, Priscila Sheppard, a esposa de JIM SHEPPARD, publicou uma declaração na sua conta pessoal do Facebook como resposta às perguntas de fãs relativamente a uma possível participação do baixista neste ressurgimento dos NEVERMORE. No seu texto, Priscila esclarece que Sheppard não foi contactado por Loomis ou Williams e qualifica o uso do nome NEVERMORE neste contexto como sendo “completamente desrespeitoso”.
“O James nunca foi informado sobre quaisquer planos, por parte do Van ou do Jeff, de usarem novamente o nome Nevermore. Sinto muito que pensem que ele está envolvido. Não sabemos quais são os planos deles, e é completamente desrespeitoso utilizarem o nome Nevermore sem consultarem primeiro o Jim, que foi um dos elementos fundadores da banda”, escreveu Priscila. O casal aguarda agora esclarecimentos sobre este alegado projecto e, até ver, JIM SHEPPARD mantém-se em silêncio, sem avançar com mais comentários sobre a situação.
Recorde-se que os lendários NEVERMORE encerraram actividades em 2011, quando Jeff Loomis e Van Williams anunciaram a sua saída devido a divergências pessoais com Dane e o baixista Jim Sheppard. O cantor, reconhecido pela sua intensidade emocional e profundidade lírica, descreveu mais tarde o grupo como “a maior banda que o álcool alguma vez arruinou“. Warrel Dane acabaria por falecer em Dezembro de 2017, em São Paulo, no Brasil, com 56 anos.
Nessa altura, o cantor estava a meio do processo de gravação do seu segundo álbum a solo, intitulado «Shadow Work», que acabaria por ser lançado postumamente. Segundo Johnny Moraes, guitarrista da banda a solo de Dane, o vocalista enfrentava uma longa batalha contra problemas de saúde, incluindo diabetes e alcoolismo. A perda de Dane foi um duro golpe para os fãs e antigos membros da banda, que viam nele uma força criativa insubstituível.
Em entrevistas posteriores, Jeff Loomis sempre enfatizou a singularidade da química entre os elementos da formação original dos NEVERMORE, mencionando que seria bastante difícil imaginar um regresso da banda sem o contributo do seu vocalista. No entanto, o teaser divulgado agora aponta para uma possível reconfiguração do projeto, com Loomis e Williams como pilares centrais. Ambos os músicos são figuras incontornáveis do metal progressivo, reconhecidos pela sua capacidade técnica e visão artística. A dúvida que persiste neste momento é quem assumirá o papel de vocalista, dado que Warrel Dane foi a única voz que o grupo teve ao longo da sua carreira.
Com uma história marcada por álbuns icónicos como «Dead Heart In A Dead World», «Dreaming Neon Black» e «This Godless Endeavor», os NEVERMORE sempre se destacaram da competição pela fusão de agressividade técnica e lirismo introspectivo. O possível regresso em 2025 poderá representar não apenas uma homenagem ao legado da banda, mas também uma oportunidade de explorarem novos horizontes criativos, deixando no ar a questão: será que este “novo capítulo” trará um renascimento fiel ao espírito dos NEVERMORE, ou tratar-se-á de uma reinterpretação do seu som para uma nova era?