Tal como anunciado há umas semanas atrás, os britânicos NEON ANIMAL, que contam com o português Miguel Martins na formação, estão de volta com novo disco. Anunciado para 26 de Junho pela Cargo Records UK, «Make No Mistake» é o título do disco, que tem em «Rock’N’Roll War» o primeiro tema de avanço. Anunciado como um disco mais diversificado e sofisticado que a aclamada estreia, mais próxima do punk, o álbum contém nove faixas que exploram o sexo, as drogas e o rock’n’roll que fazem parte da vida da banda. Produzido e gravado por Miguel Martins e André Indiana, entre Londres e o Porto, misturado por Andrés Malta e masterizado por John Davis no Metropolis Studios, este é o segundo longa-duração do grupo que integra o vocalista Mark Thorn e o baterista Iv K. Lizz, além de Miguel Martins.
Em declarações à LOUD!, a banda diz que a edição se atrasou por não estavam a encontrar a pessoa certa para o misturar. Finalmente, “as coisas alinharam-se finalmente com o Andrés Malta, que já tinha gravado o disco de estreia e o material ficou pronto para ser masterizado pelo John Davis”, dizem. A seguir “veio a pandemia” e surgiu novo adiamento e o conselho para adiarem “o lançamento o disco devido à situação”. No bom espírito rebelde que os caracteriza, decidiram lançar já “pois a espera já era tão longa e existem fãs que já encomendaram o disco em 2019”. É, de resto, curioso saber da existência de fãs tão dedicados, depois de um lançamento em edição de autor, que demorou a arrancar e quase um ano depois ainda estava a ser descoberto pelos media britânicos. Neste momento, “a Cargo Records está a trabalhar connosco outra vez, agora desde o início, e vai ser a distribuidora do disco”, à semelhança do que fez com a reedição do trabalho de estreia. Novidade é que, desta vez, vai também existir “uma edição em vinil, o que também nos leva a retailers onde a nossa música não se encontrava disponível até agora, como a Rough Trade em Londres”.
O temporariamente trio, considera que “se houve uma altura na história do rock ‘n’ roll em que ele se encontra mais em risco e mais morto, essa altura é agora”. Para eles, “o pouco rock que se ouve é através de um ecrã de computador, e sem a química, o som, o suor, o fumo, o álcool, e o lado humano e selvagem, o rock’n’roll não existe”. Uma coisa é certa: nos NEON ANIMAL não se vai encontrar “uma banda que possa algum dia aceitar o tal “novo normal” de que se ouve por aí falar ao desbarato”, não se querendo afirmar “tradicionalistas extremos”, os músicos até admitem que gostam de “ver as coisas mudar e evoluir, assim como a indústria também se adaptou ao MP3 e aos P2P, novos modelos vão sempre surgir e ficaremos contentes em fazer parte deles, mas não vamos fazer parte de algumas das medidas que têm sido apresentadas como ‘solução’ para um ‘problema’ que nos é apresentado até este momento, certamente”.
Apesar de toda a incerteza que se vive actualmente, os membros do grupo vão manter “a única coisa que sabemos fazer: continuar a viver o rock’n’roll, voltar aos palcos mal possamos, temos planos de ir aos EUA, dois concertos marcados em NYC e em LA, que estão a ser adiados, ainda não sabemos para quando”. Na despedida, fica uma última mensagem de inconformismo: “a nós não nos diz respeito contentarmo-nos em fazer livestreams ou tocar concertos drive in”, pois “na música tem que haver química, e então no rock’n’roll nem se fala!”