NAGASAKI SUNRISE + VAI-TE FODER @ Woodstock 69, Porto | 21.10.2021 [reportagem]

O bar tem Woodstock no nome, mas, na passada noite de Sábado, esteve mais perto de um clube londrino nos anos 70 ou e um CBGB, com uma descarga intensa de d-beat, crust e metal. Comparações à parte, foi bom voltar a ver mais uma casa reabrir para concertos. Tudo começou com a estreia de uma das revelações do ano, NAGASAKI SUNRISE. Ouve-se heavy metal, muito d-beat e toda uma atitude que mistura GBH com sleaze. Atitude certa, malhas orelhudas e um público previamente rendido, pronto para a festa há largos meses, e que de repente viu as correias largarem das coleiras. O quinteto não tinha muito espaço para se mover, e por várias vezes que o público ameaçou a invasão de palco. A tape e o álbum de estreia, «Distalgia», foram a base de um concerto non stop, numa sala quente e com um som que já foi melhor. Uma estreia bastante auspiciosa, que levou todos à beira da exaustão.

Alinhamento NAGASAKI SUNRISE: «The Day the Sky Cried», «Loud As Fuck!», « Land Of The Rising Sun», «Kommando», «Distalgia», «Eat Me Alive», «The Fall Of Saigon», «Under The Crossfire», «Napalm In The Morning», «Survive the Ice», «Battleships», «Turn On The Power».

Com novo álbum gravado, um split com os DOKUGA por estrear em palco e um baterista novo que embala perfeitamente o caos do grupo, só restava aos VAI-TE FODER serem bons. Superaram-se. Verdadeira máquina compressora, tiveram o público na mão desde o primeiro acorde, quase até ao derradeiro. O palco era baixo para o mergulho, mas o crawling esteve lá, a invasão verificou-se em múltiplas ocasiões. Mais que uma vez que ambos os vocalistas ficaram de braços cruzados, ou a beber cerveja, pois o microfone passava para o público que ia cantando alguns dos hinos da banda. A banda do Poço, não só tocou «Trapos» na íntegra, como estreou novas malhas, que se fundiram perfeitamente com as antigas. Única nota negativa, a falha de corrente que levou a muito público debandar, face ao calor que se sentia. A banda ainda regressou para mais três temas, já não apanhou a sala cheia como antes e ficou a sensação de mudança mal engatada. Para o curto tempo que faltava, teria sido melhor não tentarem o regresso. O “foda-se, agora acabou” de Paulinho foi o remate perfeito para um concerto em que todos estiveram imparáveis, um todo que vai desde o non stop de cerveja no bar, até aos músicos em palco e público sedento de som e mosh. Num palco apertado, entre suor, cerveja e público é onde o punk soa sempre melhor e esta noite foi mais uma prova disso.

Alinhamento VAI-TE FODER: «Sem Futuro», «Dis-Crença», «Poço», «Maldita Evolução», «Motorcrust Junkies», «Detrito Humano», «Inútil», «Morto Pelo Trabalho», «Negros Dias», «Antitude», «Sempre a Mesma Merda», «Atentado», «TV Ilusão», «Sem Rumo», «Thrash e Aparece», «Micoses Políticas», «Mundo Sem Fim», «Pobreza», «Bófia De Merda», «Apodrecer», «Rock no Canoa».

NAGASAKI SUNRISE
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VAI-TE FODER
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