Oriundos de Linz – uma rápida visita à Wikipédia vai revelar-nos um pormenor macabro, foi nesta cidade austríaca que Adolf Hitler andou na escola – e originalmente conhecidos como Dominus Satanas, os ESCHATON deram os primeiros passos em 2002. Dois anos depois editaram o álbum de estreia, intitulado «GodMode», através da pequena Ashen Productions e desapareceram rapidamente do mapa sem deixar rasto. Já em 2010, a formação composta por TN no baixo e voz, HS na bateria, Horn na guitarra e L.X. Sethnacht na guitarra e voz volta à carga com força renovada e «An Instrument Of Darkness», um EP de dois temas que pretendia servir de aperativo ao segundo longa-duração. Notou-se, desde cedo, uma mudança de abordagem por parte do quarteto, com os seis anos entre gravações a marcarem um endurecimento e refinamento do resultado final. Dois temas de black/death metal pujante e com um toque de experimentalismo, disponibilizados para download grátis no Bandcamp.
O material começou a ser partilhado em blogs e, depois de dois anos de espera, a banda concretiza finalmente a edição do segundo álbum. Em «Isolated Intelligence», os Eschaton pegam exactamente no ponto em que nos tinham deixado com «An Instrument Of Darkness», expandindo a fórmula a cinco composições – a mais longa com mais de 15 minutos e a mais curta na casa dos 6 – que perfazem três quartos de hora de duração total. Temas como «Transcending Satanism» ou «The Black Tunnel» tanto trazem à cabeça os Satyricon de «Volcano» como os Enslaved na sua fase mais recente ou até uma abordagem mais avantgarde, que vai buscar inspiração às franjas do black metal norueguês da década de 90. No entanto, a furiosa barragem de blastbeats que irrompe frequentemente pela mistura, sempre muito equilibrada e potente, coloca-os num patamar de intensidade acima do que caracteriza as duas bandas mencionadas anteriormente. Há inclusivamente momentos em que, apenas com os instrumentos básicos de uma banda de rock/metal (voz, guitarra, bateria e baixo), conseguem criar ambientes sinfónicos muito convincentes. Nada melhor que conferirem com os vossos ouvidos, no entanto. Este é um daqueles discos para sacarem sem remorços, mas com a opção de ajudarem os músicos, dando-lhes oportunidade de continuar a gravar boa música.