LEMMY é MOTÖRHEAD. LEMMY é heavy metal. O lendário músico britânico faria hoje 78 anos.
24 e 28 de Dezembro; duas datas que marcam o nascimento e a morte física de Ian Fraser Kilmister — ou simplesmente LEMMY, como todos o conhecem. Foram os MOTÖRHEAD que o tornaram conhecido, mesmo que tivesse assinado diversos trabalhos a solo e inúmeras colaborações, integrado os lendários HAWKWIND ou até trabalhado como actor. Uma coisa é certa: LEMMY é MOTÖRHEAD. LEMMY é heavy metal.
As opções são quase infinitas, mas nem sempre a qualidade de vídeo é a melhor. Toronto, em 1982, é dos primeiros bons registos dos MOTÖRHEAD em vídeo, embora já se encontrem razoáveis gravações do Top Of The Pops em 79, provavelmente em playback, tal como no Musikladen da TV alemã. Escapa-se, para já, ao óbvio, e aposta-se em «Jailbait», tema incluído no alinhamento do tal concerto no Canadá e em que se percebe melhor o lado bluesy do grupo, particularmente no final, com os últimos acordes da guitarra de “Fast” Eddie Clarke.
Curiosamente esta foi a penúltima actuação dos MOTÖRHEAD neste formato de trio, pois “Fast” Eddie, abandonaria após o concerto seguinte, substituído por Brian Robertson. Na sua autobiografia, Lemmy explica que Eddie estava fora da banda a cada duas semanas, num período em que o abuso de álcool tornava a relação entre ambos mais complicada. Ainda iniciaram a digressão norte-americana, primeiro com a data de Toronto, depois seguindo para os Estados Unidos, mais propriamente para Nova Iorque, sendo aqui que Eddie abandonaria e, dessa vez, nas palavras de Lemmy “apenas decidimos não o chamar de volta.”
Facto curioso: foi também um incidente na fronteira do Canadá, uns anos antes, que acabou por levar à saída de LEMMY dos HAWKWIND. Infelizmente, os MOTÖRHEAD, para além de toda a influência que tiveram, tornaram-se também dos primeiros grupos rock em que toda a formação mais icónica já faleceu, tendo Phil “Animal” Taylor, sido o primeiro, em 2015, umas semanas antes de LEMMY.
No vídeo que podes ver em baixo temos, no entanto, um Lemmy ainda bem activo em palco, tratando o baixo quase como uma guitarra de seis cordas, seu instrumento original, e sempre comunicativo, mesmo que se assuste com o feedback do microfone, como se vê no início. O registo é avaliado negativamente no já referido ‘White Line Fever’, com o músico, na sua habitual honestidade, a referir que a sua actuação e a de Fast Eddie estão longe de ser boas, revelando que a partir de metade do concerto começou a ter cãibras e deixou de poder tocar.