Tema de capas, tatuagens, t-shirts e todo um conjunto de acessórios, o Ás de Espadas, tornou-se, depois do ‘War Pig’, o principal símbolo dos MOTÖRHEAD.
Falando de Lemmy e MOTÖRHEAD, não dá para continuar sem evitar os temas clássicos, aquelas malhas que passam em todas as sessões de DJ preguiçosos, ou que infinitas bandas de garagem resolvem fazer covers, pensando que ainda ninguém se lembrou de tal. «Overkill», «Bomber» e «Ace Of Spades» formam uma trilogia inevitável, cada uma representando um disco, cada uma um hit sempre pronto a detonar. Há uns anos atrás, um programa de TV australiano, convidava, em cada emissão, um grupo a fazer uma versão de «Stairway To Heaven», dos Led Zeppelin. Seria curioso, e se calhar até já se fez, reunir num disco, apenas versões de «Ace Of Spades».
Tema de capas, tatuagens, t-shirts e todo um conjunto de acessórios, o Ás de Espadas, tornou-se, depois do War Pig, o principal símbolo do grupo, muitas vezes aparecendo para lá da associação aos MOTÖRHEAD. «Ace Of Spades», nas palavras de Lemmy, “Tinha um bom grupo de temas” e o músico só começou a pensar que “este era o disco definitivo do grupo” quando estava a gravar «Iron Fist».
A escolha desta semana é óbvia, um vídeo do tema, naquela que foi a última aparição do trio em Portugal, em 2010, quando ainda havia rock no RIR. “Nós somos os Motörhead e tocamos rock’n’roll”, como se ainda fosse preciso dizer isso. Da mesma maneira que a 3 e 4 de Abril, nas primeiras datas em Portugal, com Destruction e Girlschool, em Lisboa e Porto, já todos sabiam bem quem vinha. Antes tinha havido um falso festival que os anunciou para o nosso país.
Curiosamente, ambos os concertos estiveram longe de esgotar, o mesmo aconteceu quando alguém se lembrou de os contratar para tocarem em Lisboa, no Coliseu dos Recreios, numa noite de Santo António, em 1999. Voltariam em 2001, à concentração Motard de Faro, uma combinação inevitável, mas a passagem a 18 de Agosto de 2004, no Festival de Paredes de Coura, seria inesquecível. Num ano tão complicado para a organização, os MOTÖRHEAD conseguiram fazer, finalmente, o cruzamento entre fãs de metal e de rock.
Uma última nota, ainda para a passagem do trio por Paredes de Coura. Choveu durante todo o festival, por vezes torrencialmente, e quando Lemmy apresentou a banda, logo no início, transformou a habitual frase para “Nós somos os Motörhead e viemos para parar a chuva”. Logo após arranca com «No Class» e, durante o tema, a chuva pára e não voltaria mais. Lemmy, termina o tema, sorri e apenas diz “Vêem?”.