Como noticiado anteriormente, no passado Domingo, dia 11 de Setembro, um desentendimento entre elementos do público e a banda em palco culminou numa escaramuça de proporções durante uma actuação dos russos MOSCOW DEATH BRIGADE no Barracuda – Clube de Roque, localizado na cidade do Porto. Tal como nos foi narrado por uma pessoa presente na plateia que pediu para não ser identificada, tudo terá começado por causa de um cigarro, com um elemento do grupo a confrontar directamente um membro do público, depois de ter pedido que não se fumasse na sala logo no início do espectáculo. Após a troca de palavras, passou-se à violência física e a situação escalou rapidamente até ao conflito aberto, sendo a dado momento notório que a pessoa que fora alvo do aviso tinha sido esfaqueada. Nas redes sociais, a vítima refere mesmo ter sido esfaqueada na cabeça e costas. Como consequência directa, o concerto terminou logo à terceira música com os músicos a terem de fugir apressadamente do local. No entanto, as agressões prolongaram-se para fora da sala, com a carrinha em que viajavam ter ficado com alguns vidros e faróis partidos. Contactada pela LOUD! na passada segunda-feira, a banda fez agora chegar-nos um longo comunicado sobre o sucedido, que também partilhou nas suas redes sociais. O autor do mesmo identifica-se como Boltcutter Vlad, afirmando ter sido ele o envolvido na situação.
Entre outras afirmações, o músico começa por esclarecer que eram apenas dois os elementos do grupo presentes no concerto. “Fomos atacados por um grupo de pessoas, a propósito de uma discussão ridícula, sendo rapidamente superados em número”, refere Vlad, explicando que pelo menos um dos elementos envolvidos nos desacatos pertence a uma claque de futebol com afiliações à extrema direita. Como resultado do ataque, ambos os músicos ficaram feridos, tendo mesmo um deles recebido tratamento hospitalar. Ainda nas declarações, que são públicas, o promotor do evento é acusado de não ter fornecido segurança e de nada ter feito para prevenir o ataque, tendo, nas suas palavras, participado mesmo nas agressõs. “Fomos socados, pontapeados na cabeça e atingidos com garrafas. Tenho um corte perto do olho provocado por um objecto cortante e, provavelmente, ainda tenho um pedaço de vidro na vista. Ambos temos contusões graves e eu também tenho um corte no pescoço”, pode ler-se. De seguida, o músico acusa os atacantes e os seus amigos de espalharem falsas mensagens na internet e de ser exactamente isso que decidiu relatar pormenorizadamente o sucedido. Tal só é feito agora devido à necessidade de tratamento hospitalar e consequências da agressão. No comunicado, Vlad confirma algo que já tinha sido relatado pela LOUD!, e que se prende com o facto de ter pedido, no início da actuação, para que ninguém fumasse na sala. Minutos depois, seria o pedido para apagar um cigarro que incendiaria tudo, com o visado a responder de forma agressiva e até xenófoba. Na versão dos russos, a primeira agressão partiu do público, com socos a serem desferidos por parte de vários elementos do público.
Defendendo-se da acusação inicial nas redes sociais de não saberem o que é uma “luta justa”, os MOSCOW DEATH BRIGADE refere que um ataque colectivo “a dois convidados no teu clube local é o oposto” de uma “fair fight”. Cientes de estarem mais elementos fora do bar, os músicos ainda tentaram uma evacuação segura, que, nas suas palavras, foi rejeitada pelo promotor que lhes sugeriu que chamassem a polícia. De seguida, obrigados a recolher todo o equipamento e merch sozinhos, foram novamente atacados na entrada para o veículo em que viajavam, com gritos nacionalistas por parte dos agressores, tendo o músico sido atingido “com duas garrafas na cabeça enquanto tinha as mãos ocupadas com malas”. Já depois de entrarem na carrinha, os ataques persistiram “ainda com mais violência”, referem. O duo nega as acusações de ter esfaqueado alguém, assumindo que tal aconteceu como resultado da refrega, visto serem muitos os envolvidos. A banda queixa-se ainda de estarem a ser levantados rumores infundados, nos meios de comunicação, e ter tido acesso a informações [disponíveis aqui], por parte de várias fontes ANTIFA lusas de que o atacante teria ligações a movimentos de extrema direita. Junto com os insultos nacionalistas de que foram alvo, os MOSCOW DEATH BRIGADE acreditam ter razões para acreditar que o ataque resultou de uma provocação e, usando esse argumento, afirmam que essa pode ter sido a causa para o promotor não ter ajudado, com receio de retaliações. Após isto, certamente que muitos dos envolvidos ainda terão uma palavra a dizer.