A jogar em casa, os MOONSPELL esgotaram o Cineteatro D. João V e assinaram mais uma prestação memorável.
O berço dos MOONSPELL recebeu mais uma data da muito bem sucedida digressão Soombra e a alcateia deslocou-se em peso, esgotando o primeiro concerto desta rota na Amadora. Como seria previsível, este tipo de actuações acabam por ser uma oportunidade para a banda explorar temas que, normalmente, não fazem parte do alinhamento, ganhando muitos deles uma roupagem totalmente nova. Claro que, para alguns fãs, há canções que não resultam tão bem, para outros as mudanças são recebidas de braços abertos, mas a verdade é, no geral, os concertos Soombra são sinónimo de uma noite muito bem passada, podendo apreciar-se sentado temas que fazem parte da história da música portuguesa.
Foi com «handmadegod», do álbum «Sin/Pecado», que a banda subiu ao palco. Além de Fernando Ribeiro, Pedro Paixão, Ricardo Amorim, Aires Pereira e Hugo Ribeiro, nestas actuações os MOONSPELL fazem acompanhar-se por Eduarda Soeiro (dos Glasya) e Cristiana Félix nas vozes de apoio, e também pelos Magnetic Strings – que, desta noite, eram compostos por Valter Freitas no violoncelo e Fernando Sá no violino.
Sem mais delongas, a viagem continuou por «The Antidote», com «The Southern Deathstyle», logo seguida pela clássica «Wolfshade (A Werewolf Masquerade)». Por norma, entre temas, Fernando Ribeiro vai contando algumas histórias que levaram à composição de dos temas. «White Skies» foi a primeira passagem por «Omega White» e «Disappear Here», do “mal-amado” «The Butterfly Effect», acabou por ser surpreendemente bem recebida.
No entanto, um dos temas que resulta muito bem neste formato é «Breathe (Until We Are No More)», sucedido por mais uma passagem por «Sin/Pecado», desta vezcom «The Hanged Man» e «2econd Skin». Já «Scorpion Flower» é um daqueles temas dos MOONSPELL que resulta em qualquer formato e foi, sem dúvida, um dos grandes momentos da noite de ontem. Numa espécie de contraponto, «Luna» situou-se no ponto oposto e não pareceu resultar tão bem neste formato acústico, com a situação a ser rapidamente corrigida com «Mute» e «Whiteomega», que acabarampor ser duas boas surpresas.
Já a entrar na recta final da actuação, a banda apresentou mais um convidado: Ricardo Gordo, na guitarra portuguesa. O músico juntou-se aos MOONSPELL para a eterna «Alma Mater», canção que, segundo Fernando Ribeiro, bem podia ser um hino nacional. Verdade seja dita, ninguém pareceu discordar com aquele que será sempre um dos grandes momentos de um concerto da banda.
Ricardo Gordo e Ricardo Amorim ainda brindaram os fãs com o pequeno instrumental «Chorai Lusitânia! (Epilogus / Incantatam Maresia)», logo seguido pela inspirada versão de «Os Senhores da Guerra», dos Madredeus, e a terminar ouviu-se outro eterno clássico, «Full Moon Madness».