MISSA ORTODOXA: Muro – «Telón de Acero» (1988)

MURO
«Telón de Acero»
[Avispa Records, 1988]

Speed metal a tope, la banda más dura, el grupo más duro, se llama… ¡Muro!” Assim anuncia em palco o histórico manager e promotor Ángel Vallekas o início do concerto de 12 de Dezembro de 1986 na Sala Barrabás em Vicálvaro, Madrid, gravado com uma unidade de estúdio móvel e lançado dois meses depois como álbum de estreia, sob o título «Acero y Sangre», da extraordinária força metálica espanhola chamada Muro! Formados no precoce ano de 1981 pelo baterista Juan “Lapi” Ruiz e o guitarrista José “Largo” Navarro, foram lançando algumas demos, a princípio muito influenciados esteticamente pelos Manowar.

Muro na neve com a formação de 1984-85.

Apenas antes da demo de 1986 a formação estabilizou com a entrada de do vocalista Silverio “Silver” Solórzano e do baixista Julio “Julito” Rico. Foi este colectivo que gravou «Acero y Sangre», agora mais rápidos, mais agressivos, navegando a crista da onda do metal espanhol de então. Mas o que vos trago aqui hoje não é a excelente estreia “live” dos Muro, mas sim o seu primeiro álbum de estúdio, «Telón de Acero», lançado em 1988 e considerado por muitos como o melhor álbum já saído de terras de nuestros hermanos. Um monumento de speed metal dos anos 80, com um alinhamento impecável de grandes temalhões que se sucedem vertiginosamente, radicados no melhor que o metal tinha para oferecer na década maior.

Os responsáveis murais.

A potentíssima voz de Silver é acompanhada por estrondosos riffs e uma enérgica secção rítmica, sendo este álbum a confirmação em estúdio da alta qualidade que já estava presente no álbum ao vivo. Apesar da velocidade e do peso, nunca se perdeu uma forte componente puramente heavy metal na impressionante música dos Muro. E isto viu-se em mais álbuns que se seguiram: «Mutant Hunter», em 1989 (único em que experimentaram divergir da sua língua-mãe) e «Pacto de Sangre», em 1992, após o que a banda encerra as suas actividades.

A cassette na sua segunda edição, no dealbar de uma nova década. Era heavy!

Regressaram em 1996 com força e gravaram mais três álbuns (um dos quais novamente ao vivo) antes de debandarem outra vez, em 2003. Silver criou os seus Silver Fist nessa altura (banda à qual se dedica hoje em pleno) e Julito integrou os Omission de Patillas (guitarrista que também passou pelos Muro em «Corazón de Metal»). Omission estes que viriam a ser presença diversas vezes nos palcos de Portugal, tendo então nas fileiras o rapidíssimo guitarrista português Marco Marouco.

O imponente Julito a malhar nas quatro cordas.

Em Outubro de 2009 deu-se a reunião da formação clássica dos Muro, e daí a preparação de um novo álbum, «El Cuarto Jinete», que veria a luz do dia em 2013, para o bem e para o mal mais amadurecido que as explosões de juventude dos velhos tempos. Porém, rapidamente Silver abandonaria de novo, tendo sido substituído por Rosa “Rocksa” Pérez, que cantava com o baterista Lapi nos Black Shark. Assim se vai mantendo até agora esta banda, que mais que um pilar do metal espanhol é mesmo… um muro!

Este muro no se cae!

Deixo-vos com um magnífico playback televisivo do tema-título, arrancado às brumas do tempo para vosso gáudio. Speed metal a tope!