H-BOMB
«Attaque»
[Rave-On Records, 1984]
Os H-Bomb são uma das bandas míticas dos primórdios do heavy metal francês, entre várias que, havendo longevidade da minha parte, acabarão decerto por vir aqui parar. Esta bem o merece, tendo lançado um álbum e meio de grande qualidade: o excelente mini-LP «Coup de Métal» em 1983 e, no ano seguinte, este álbum, «Attaque».
Formaram-se em Paris em 1982, quando o baixista Philippe “Philty” Garcia e o guitarrista Armando Ferreira, recém saídos dos Cyanure, decidiram continuar a tocar numa nova banda. Acabaram por escolher o nome H-Bomb, porque a música que tocavam era explosiva! Depois de muito ensaiarem e começarem a subir aos palcos (abrindo inclusivamente para os Def Leppard em 1983), assinaram por uma editora holandesa e lançaram «Coup de Métal». A sua velocidade e energia impressionaram o público, então jovem e sedento de metal, e os H-Bomb puderam tocar pela França com Accept e Trust, e na Holanda com Anvil.
Chegados a 1984, entra o guitarrista Paulo Ferreira, irmão de Armando, e chegam a tocar na Bélgica com Motörhead, Manowar, Twisted Sister, etc. Depois de lançarem «Attaque», pela mesma editora holandesa que havia lançado o mini-LP, o vocalista Didier Yzard acaba por ser substituído por Patrick Diamond. Foi um erro arranjar um vocalista inglês na esperança de atingir o sucesso fora de fronteiras. Após o primeiro concerto com a nova formação, os H-Bomb acabam para nunca mais voltar.
«Attaque» é uma espectacular obra de heavy metal, cantada em francês (o que é comum a grande parte das bandas francesas desta época) e com malhões impressionantes como «Double Bang» ou «Gwendoline». A música mistura rapidez, energia e melodia com mestria, e a voz de Yzard tem a força adequada para fazer deste álbum um marco do metal francês, que vale muito a pena ouvir hoje em dia.
Já há anos se foi pondo ocasionalmente a hipótese de um regresso, que os membros da banda rejeitaram, pois muito havia mudado entretanto. E, hoje em dia, Didier Yzard também já não está entre nós, tendo morrido o ano passado depois de uma doença prolongada. Enfim, restam-nos os CDs e os vinis para manter viva a voz de Didier e dos H-Bomb.