No seu 13.º concerto em território nacional, os norte-americanos METALLICA provaram mais uma vez serem uma banda global. As músicas são as de sempre, sim, mas às vezes tocadas de forma menos ensaiada, se assim se pode dizer. Já sabemos que um concerto do grupo formado por James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo quase nunca é perfeito a nível de execução instrumental, mas a energia e carisma dos quatro músicos, apoiada numa dedicada apresentação em palco, fazem esquecer todo e qualquer desacerto musical. De resto, e em boa verdade, se queremos ouvir as músicas tal como estão nos discos, temos bom remédio e voltamos a ouvi-los em casa. Ao vivo, há todo um conjunto de factores que faz com que a experiência seja bem melhor que nos álbuns. Estar no ‘snake pit’ e ver a banda mais de perto, a interagir com os fãs, é algo que tão cedo não se esquece. Constatar o cuidado de Lars Ulrich em dar as suas baquetas aos fãs mais pequenos é quase tocante. Aquele que estava no ‘snake pit’ e a quem Lars deu a baquete quase em mão, tão cedo não vai esquecer a experiência e, quase garantidamente, vai ser um fã para a vida. Tudo isso – os temas, o carisma desta gente, os cuidados que têm com a sua “família” – faz com que os METALLICA sejam um fenómeno mundial, com a série ‘Stranger Things’ a trazer à banda um ímpeto novo com a inclusão do tema «Master Of Puppets», que agora serve de encerramento aos concertos, na sua banda-sonora. Se esses novos fãs vão descobrir o resto da discografia e se vão segui-los para a vida, só o tempo o dirá, mas algo que o tempo já diz é que esta continua a ser uma das melhores bandas de todos os tempos. Por muitas voltas que possamos dar, isso não há como negar e, no Passeio Marítimo de Algés, essa ideia ficou mais uma vez bem vincada.